Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

Está armado um 31...

 

 

 

 

No entanto, não deixa de ser verdade que há maior ligação à Galiza que ao sul do país, abaixo do Mondego, pelo menos do ponto de vista cultural, organizacional e paisagístico.
E partilhamos o problema da centralização das capitais no que toca a recursos, entidades e obras - a critica do 31 da Armada assim o comprova, comparando quantidade (7 pontes contra 2) quando o dinheiro de uma delas chegava e sobrava para fazer as 7 que tem o Porto... (Nuno Leal em comentário a este post)

 

Eu bem disse, valha-nos Deus e ele valeu-nos. Para responder a um post de Deus começo, respeitosamente, pela devida vénia - por o considerar Primus inter pares. Deus afirma-se um imperialista e quem sou eu para o negar. O seu imperialismo leva-o a considerar os galegos como portugueses do Norte. Não são. Olhando para a história é mais ao contrário, por muito que nos custe. A mim nem me custa assim tanto. A nossa língua é de origem galaico-duriense:

 

Será benéfico proporcionar alguns conhecimentos sobre a origem histórica do português em que este não surja perante os alunos como uma descendência (decadência, simplificação) directa do latim vulgar mas como uma evolução dos dialectos galegos do Sul, o chamado galaico-duriense. Não só se realçaria assim o papel do galego como lingua madre do português, que em tempos foi um seu dialecto das localidades do Vale do Douro.

 

 

E a nossa cultura originária está umbilicalmente ligado à Galiza. Deus, como verdadeiro imperialista, considera o centralismo uma ideia sublinhada por meia dúzia de "nortistas atormentados" que se julgam perseguidos por uma entidade fantasma. Eu percebo Deus. E sei qual a solução para o problema. Aliás, não existe uma solução, existem duas. A primeira é simples, vou propor-lhe uma troca: ele passa a residir e trabalhar no Norte por um ano (chegam 365/6 dias) e eu rumo até à capital do império por idêntico período. Aposto, forte e feio, que passado um ano, ele muda de ideias, assim como mudou o António Pires de Lima que era totalmente contra a regionalização e um ano depois de liderar a UNICER mudou de ideias. A segunda solução é um pouco mais complexa. Permitam a regionalização e os nortistas atormentados calam-se. Se a coisa não funcionar ou der para o torto, juro que serei o primeiro a vir para a rua defender o centralismo. Palavra de nortista!

 

 

Quanto às pontes, meu caro Deus, faço minhas as palavras do Nuno Leal. Apenas discordando num ponto: dava para sete se não contar a parceria público-privado pois pelo andar da carruagem, já estamos nas 14...

 

 

Quanto a Deus, amanhã resolvo o problema ao jantar. Eu vou de espada. E tu?

Nós, os galegos do sul

 

 

No Jornal de Notícias de hoje, o novo subdirector do diário, Jorge Fiel, escreveu um artigo de opinião cujo título diz tudo: “Eu, galego do sul”.

 

Nesse artigo, Jorge Fiel escreveu duas coisas semelhantes a outras tantas que já aqui escrevi: o facto indesmentível da Serra dos Candeeiros ser a fronteira natural entre dois “Portugal” e a dúvida sobre a estratégia política de D. Afonso Henriques ao rumar a sul em vez de conquistar a norte.

 

Alguns amigos do Albergue ficam um pouco irritados quando escrevo sobre estas temáticas e os meus bons amigos sulistas aproveitam sempre para um telefonema acompanhado do respectivo puxão de orelhas relembrando a este visigodo, este celta de meia tigela, sobre a unidade nacional, a língua comum e os séculos de fronteira imutável entre outras pérolas do género. Confesso que fico sempre satisfeito quando um dos meus comparsas, um sulista monárquico, reafirma que o nosso/meu problema é não ter(mos) sido romanizado(s)…

 

Porém, o problema é outro. É a velha questão do não querer ser lobo e não lhe vestir a pele. Recentemente, foi a questão da linha Porto-Vigo e a vergonha de ver a RENFE solucionar um problema criado pela CP. Já para nem lembrar, como lembrou Jorge Fiel, a questão das SCUT. Ou a forma como os dois maiores partidos enfiaram a Regionalização nos fundos de uma qualquer gaveta e pensar que a Grécia, perante a actual crise, foi obrigada a regionalizar deixando Portugal como o último reduto europeu do centralismo. E depois, meus caros amigos, é ver e ouvir os nossos responsáveis políticos, sejam do PS ou do PSD, a ter intervenções infelizes em fóruns realizados aqui por estas bandas.

 

O último caso paradigmático ouviu eu no encerramento do “1º Open Day Europe in my Region – Euroregião Galicia/Norte de Portugal – Desafios Transfronteiriços da Europa 2020”, no passado dia 8 de Julho na Casa da Música. O representante do governo português teve uma tirada, logo no arranque e repetida ao longo da sua intervenção, discorrendo sobre a Euroregião que vai do Norte da Galiza até Setúbal! Na primeira vez, poucos notaram o requinte da coisa. Porém, após sucessivas repetições desta nova ideia geográfica era ver o espanto de boa parte dos galegos presentes e ouvir, nos corredores, alguns responsáveis regionais sobre o tema. Numa iniciativa do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galicia-Norte de Portugal e na qual uma das temáticas era os fundos comunitários 2014-2020, Portugal lembra-se de redesenhar o mapa…

 

Quando temos o Alberto Feijoó (Presidente da Xunta da Galicia) ou o Jesús Gamallo do conselho superior da AECT (Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galicia-Norte de Portugal) falarem da forma como se livraram do centralismo de Madrid e sublinharem, nos mais diversos fóruns, a importância da nossa Euroregião (que compreende, para quem não sabe e parece que não sabem mesmo: A Coruña, Lugo, Pontevedra, Ourense, Minho, Grande Porto, Trás-os-Montes, Douro e Entre Douro e Vouga) a que propósito temos, assim como quem não quer a coisa, responsáveis nacionais a engordar o mapa e a reescrever a história?

 

Valha-nos Deus. Só posso terminar citando Jorge Fiel com uma ligeira adaptação: É em momentos como estes, cada vez mais frequentes, que questiono a opção geográfica de Afonso Henriques – e me sinto mais um galego do sul do que um português do Norte.

O Euromilhões e a Regionalização

 

 

Será mais fácil a qualquer um de nós ganhar o próximo jackpot do euromilhões do que Portugal avançar para o processo de Regionalização.

 

A CP acabou com a linha Porto-Vigo. O motivo parece óbvio e simples: só tinha, em média, 12 passageiros. Como alguém escreveu, surpreendente é ter tantos passageiros dispostos a demorar mais de três horas para fazer pouco mais de uma centena de quilómetros. Num país decente, estes gestores de brincar da CP terminavam na cadeia pela forma como geriram a empresa ao longo destes anos.

 

Então, nos tempos que correm, demorava três horas de comboio uma viagem destas? Solução: em vez de criar condições para que a viagem decorra no tempo normal (uma hora), não. Toca a fechar a linha e desprezar o potencial da mesma. Talvez os senhores da CP não saibam que a Galiza (e Vigo em especial) é o principal emissor de turistas do Grande Porto e Norte de Portugal e um dos principais eixos de negócios. Talvez não saibam que uma linha ligando o Porto à Corunha teria um enorme potencial. Para isso seria necessário saberem e conhecerem a realidade desta Região e das suas principais “ligações” económicas.

 

Entretanto, pode ser que o Aeroporto Internacional do Porto seja, finalmente, privatizado. Espero que a Junta Metropolitana do Porto e os seus autarcas se organizem de modo a tomarem uma posição accionista minoritária e, dessa forma, serem tidos e achados na sua gestão. O AIPorto é fundamental para o desenvolvimento de toda a Região (os utentes galegos, por sinal, valem já 20%) e não pode continuar a depender apenas da Ryanair cujo investimento em novas rotas continua a ser fantástico e é um dos motivos para o crescimento do turismo na região (em contra-ciclo com o resto do pais). Porém, são necessárias novas ligações directas para os outros continentes e isso a Ryanair, para já, não pode oferecer e a TAP prefere a Portela.

 

Enquanto a Regionalização continuar a ser mais difícil de concretizar que ganhar o jackpot do euromilhões, valha-nos estas pequenas oportunidades. Assim saibam aproveitar os poderes políticos e económicos da região.

Carlos Abreu Amorim no JN:

Aceitei ser cabeça-de-lista do PSD em Viana do Castelo. Não escolhi esta Lei Eleitoral e nem sequer concordo com a sua lógica centralista - aliás, comprometo-me desde já a envidar todos os esforços para a reformular de acordo com os melhores exemplos europeus. Mas sou um regionalista convicto. Como tal, encaro o Norte como uma unidade administrativa e política a quem a diversidade cultural tanto enriquece. Para mim, Braga, Porto, Vila Real, Bragança e Viana do Castelo são partes de um Norte igualmente deprimido que este Governo, obsessivamente centralista, maltratou.

 

 

Ler o resto AQUI

Rádio 5 por terras da famosa chapa 5

Tantas questões sentimentais num só post...

 

A Rádio Lidador foi a primeira rádio onde entrei, assim uma espécie de primeiro carro onde sentei o traseiro ou de primeira namorada. Nela dei a minha primeira entrevista a uma rádio. Nela gravei o meu primeiro apontamento jornalístico radiofónico. Nela fiz a minha última peça como jornalista (e logo um Dakar). Na Rádio Lidador (94.3 FM) conheci pessoas fantásticas e jornalistas de primeira. Sem esquecer os bons amigos que criei – alguns deles sei que serão para a vida.

 

 

 

 

 

O mundo avança e está sempre em mudança, rima e é verdade. A Rádio Lidador morreu na passada semana dando lugar a outra, a Rádio 5. Não existe, da minha parte, qualquer nostalgia mas antes uma grande esperança. A Rádio 5 é a evolução natural de um grupo empresarial de comunicação da Maia que cresceu e ultrapassou as fronteiras do seu território de origem, é uma marca desta forma de ser empreendedora de parte dos nossos empresários. A Rádio Lidador era uma rádio local, a Rádio 5 é uma rádio global. Em suma, cresceu.

A Rádio 5 é a fusão de várias rádios locais (Lidador, Trofa, Voz de Santo Tirso, No Ar Viseu, Rádio Fronteira, Rádio Aveiro, Rádio Mar e outras que se irão seguir). É a primeira rádio verdadeiramente regional do Norte e Centro Norte de Portugal, o primeiro projecto regionalista de rádio. Um prenúncio.

É uma rádio dedicada à Informação, ao Desporto e à Música. Estou certo que vai dar que falar. Aliás, no desporto, já está a ser falada. Os relatos dos jogos do Futebol Clube do Porto são um verdadeiro acontecimento – quem nunca os ouviu, independentemente do clube do seu coração, deve experimentar, quanto mais não seja para se divertir.

 

Aproveito para saudar toda a equipa da Rádio 5 e desejar toda a sorte do mundo para um projecto empresarial de comunicação social que nasce num momento de crise no sector e na economia.

 

Sinceramente, não deixem de ver o vídeo DESTE link para terem um “cheirinho” dos relatos de futebol que vos falei.

Até quando?

Nem de propósito!

 

Hoje, ao início da noite, conversava telefonicamente com um amigo (igualmente Alberguista) e carpíamos mágoas sobre o estado do nosso Porto e da nossa Região Norte. Algumas palavras trocadas sobre o tema são irreproduzíveis.

 

Um dos lamentos era a falta de liderança. O Porto e o Norte são, actualmente, “liderados” por indivíduos que se limitam a ser a voz do dono com a agravante de o dono não ser de cá. Por isso afirmo e reafirmo: a culpa é nossa.

 

Até quando?

A regionalização

Há um único ponto em que me parece que vai haver acordo (senão mesmo unanimidade) na negociação para a revisão constitucional, que é em facilitar a regionalização na Constituição. Pouco interessa que a regionalização tenha sido rejeitada por referendo em Portugal com uma maioria esmagadora, e que neste momento estejamos sujeitos a um constrangimento orçamental sem precedentes. Quando o assunto é a criação de novos cargos políticos, com perspectivas de ocupação para uma série de gente, é fácil os partidos chegarem rapidamente a um acordo.

Vão assim ser naturalmente retirados todos os denominados "entraves à regionalização". A Constituição prevê um referendo obrigatório? O referendo passa imediatamente a facultativo, garantindo-se assim que nunca será feito. A Constituição exige a criação simultânea de todas as regiões administrativas? Retira-se já essa exigência, propondo a criação de uma região-piloto, em ordem a que os mais ansiosos possam rapidamente adiantar-se, criando a sua própria região.

O País precisa tanto de se regionalizar como um peixe precisa de uma bicicleta. Portugal tem a dimensão da região espanhola da Andaluzia e constitui materialmente uma região da Península Ibérica, que só não se integrou em Espanha porque os portugueses decidiram em 1640 que não queriam ser espanhóis. Alguém acha que se a Catalunha, a Galiza ou a Andaluzia se tornassem independentes criariam regiões no seu território? Portugal tem uma tradição municipalista e se há coisa que o referendo à regionalização demonstrou é que os municípios aceitam dificilmente atribuir o estatuto de capital da região a um município vizinho, preferindo relacionar-se directamente com a capital do País. A regionalização só servirá assim para a criação de novos cargos políticos, aumentando o sorvedouro de dinheiros públicos, numa altura em que é imperativo reduzir a despesa.

Conforme referi, parece-me, porém, que neste assunto vai haver acordo e que, para mal dos nossos pecados, lá se voltará à regionalização. Já começaram, no entanto, as quezílias sobre qual a região que deve assumir o papel de região-piloto, imaginando-se que haja muitos aspirantes a pilotos, o que normalmente tem como consequência que o veículo fique desgovernado. Eu tenho uma sugestão pessoal para a região-piloto: O Ilhéu da Pontinha. Tem a vantagem de ficar situado numa região autónoma, onde não será difícil implantar uma região administrativa. Tem fortíssimas aspirações independentistas, que suplantam largamente os intuitos regionalistas de outras regiões, e que poderão ser resolvidas conferindo-se ao Princípe D. Renato o cargo de Presidente da região administrativa. E, como só tem quatro habitantes, pelo menos teremos a garantia de que só serão criados quatro novos cargos públicos, o que não afectará tanto o orçamento português.

O Cobrador de Promessas #1:

Estou no Douro. São quase duas da madrugada e olho para o céu. Aqui ainda se consegue ver um verdadeiro céu estrelado, belo, carregado de pontos de luz cintilantes. Este é o meu outro porto de abrigo.

 

Na varanda ouço "Pode o Céu ser tão Longe" de Pedro Abrunhosa. Estou perto do seu refúgio, em Moimenta da Beira, a um pulinho daqui. Quem sabe se não foi por estas bandas que ele escreveu esta letra e compôs esta música. Quem sabe. Entretanto, lá longe, o ruído de uma festa de aldeia com a música popular do costume. É o "Plano B" destas bandas, a "movida" do interior profundo. Um outro país, um outro encanto. O Pedro vai desfiando as suas pérolas pela minha varanda. Agora pede para fazermos o que ainda não foi feito. Por acaso, é bem pensado.

 

E que tal começar por cobrar promessas? Ora vamos lá fazer o que ainda não foi feito, caro companheiro Pedro Passos Coelho, alterar a constituição e lançar a tal, a prometida "região-piloto". Pode, pode ser no Algarve. Foi a hipótese que te ouvi naquele óptimo almoço em Lisboa com bloggers. Vamos lá, meu caro.

 

"Amanhã é sempre tarde demais", canta o Pedro, o outro, o "quase" meu vizinho. Puxo de um cigarro, no leitor faço "repeat" e volto a ouvir "vamos fazer o que ainda não foi feito". É Portugal, o profundo, o que não vê alternativas, o que acredita que temos de mudar, quiça experimentar um novo modelo económico, uma nova esperança: fazer o que ainda não foi feito. A promessa é tua, a fé é nossa. Eu acredito que não a vais quebrar.

 

 

Adenda: Filipa, continuo a comprar o i. Não será por minha causa que ele fecha!!!