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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

A chamada para o 112

 

O que a deputada Joana Barata Lopes fez (ou alguém do Grupo Parlamentar do PSD por ela) é exactamente aquilo para o qual foi eleita: fiscalizar os mecanismos do estado, principalmente na área da saúde, visto que integra essa comissão. É legal, é ilegal? Pouco me importa, porque o interesse público que está em causa é superior a esta suposta ilegalidade. Ilegal, meu amigos, é andar a ser subornado por sucateiros.

A Distrital do Porto do PSD - II

 

 

Professor Universitário no IPP, Economista e Deputado na Assembleia da República, Virgílio Macedo é o candidato a suceder a Marco António Costa na Distrital do Porto do PSD. Pela frente terá um enorme desafio: preparar as autárquicas de 2013. Pelo caminho terá que tomar em mãos algumas matérias políticas importantes para a sua Região: o debate da reforma administrativa, as relações entre o Norte de Portugal e a Galiza, o futuro dos transportes na GAMP (Aeroporto Internacional do Porto, os STCP, o Metro e as linhas da CP, as SCUTS, etc.) sem esquecer a continuação do projecto interno Norte 2020.

 

Como seu amigo desejo-lhe boa sorte.

A Maior Bolha Especulativa de Sempre da Política Portuguesa Rebentou (e não foi preciso um tiro...)

 

 Fernando Nobre foi a maior bolha especulativa de sempre da política portuguesa. Foi. Hoje, depois de muitíssimo empolamento próprio e induzido, rebentou.

 

Fernando Nobre abandonou a Assembleia da República. A renúncia ao mandato de deputado foi dada a conhecer por carta enviada aos serviços da Assembleia (no Público).

 

O convite do PSD a Fernando Nobre para que este fosse cabeça de lista da maior circunscrição eleitoral do país e, ainda, "candidato a Presidente da Assembleia da República" não era racionalizável. Os resultados estão à vista: um vexame.

 

Na história da democracia portuguesa, Fernando Nobre, presidente da AMI e candidato nas últimas eleições presidenciais, foi o primeiro candidato a presidente da Assembleia da República a falhar a eleição para esse cargo (no Expresso). Isso: um vexame.

 

"É com alguma tristeza que me afasto das funções de recém-eleito deputado, mas estou certo e ciente de que serei, como já referi, mais útil aos portugueses, a Portugal e ao mundo na ação cívica e humanitária que constitui a minha marca identitária", refere na carta de renúncia ao mandato do lugar de deputado (idem, bold meu).

 

Tanta megalomania... E ainda vem insistir na "marca identitária" e sugerir que é um não-político... depois de já tanta participação política. Político mal sucedido, provavelmente; não-político é que nem pensar!

 

Como escrevi, [s]ó tenho muita pena que esta bolha vá acabar por estourar no parlamento português e, ainda por cima, nas mãos do PSD (aqui). Mas, de facto, também sinto pena de Fernando Nobre: um homem com um currículo bom, por causa destas aventuras políticas, todas elas fúteis e inúteis e irracionalizáveis, acabou por provocar a deterioração do seu próprio prestígio, que era merecido, e da sua imagem.

 

Política, megalomania e ingenuidade, todas juntas, só poderiam levar a este fim.

Um desfecho previsível.

Logo na altura em que Fernando Nobre declarou que não ficaria no Parlamento se não fosse eleito Presidente, escrevi aqui que a única atitude correcta que Passos Coelho poderia ter era retirar-lhe imediatamente o convite. Efectivamente, era evidente que, depois dessas declarações, Nobre nunca iria conseguir ser eleito e a sua candidatura acabaria por ser prejudicial para o próprio e para o PSD. A estratégia seguida foi diferente, tendo aparecido vários responsáveis a desvalorizar o sentido das suas declarações e o próprio Fernando Nobre procurou atenuá-las. Os estragos, porém, já tinham sido realizados e o resultado final era inevitável. Como era previsível que Nobre a seguir renunciasse imediatamente ao mandato, como prometeu, e acabou por concretizar hoje. Como ele próprio salientou, é "mais útil aos portugueses, a Portugal e ao mundo, na acção cívica e humanitária". Só é pena que não tenha percebido isso antes de aceitar ser cabeça de lista pelo PSD no maior círculo nacional. Embora eu ache que foram muito poucos os eleitores de Lisboa que votaram no PSD por causa de Fernando Nobre, aqueles que o fizeram têm o justo direito de se sentir desiludidos. Não com Fernando Nobre, que desde o início assumiu o que iria fazer, mas sim com um partido que permitiu que ele se candidatasse para só estar presente em duas sessões no Parlamento.

 

 

 

E pensas muito bem, Nuno:

Penso no Ricardo Almeida porque sei que tem feito um excelente trabalho por onde tem passado e representa uma nova geração de militantes que pode ajudar nesta nova fase da vida do PSD. É importante lançar novas personalidades, novas caras não conhecidas do grande público, mas que sejam capazes de contribuir para uma regeneração interna. E penso que o Porto, depois dos excelentes resultados nas últimas eleições legislativas, também aqui poderia dar o exemplo ao resto do país.

 

 

A Distrital do Porto do PSD:

Ontem, na Assembleia Distrital do Porto do PSD, a primeira após as legislativas, Marco António Costa deixou três mensagens significativas: O tempo não é de festejos mas de trabalho; Provocou eleições antecipadas e lembrou que 2013 é já amanhã (eleições autárquicas). Foi uma intervenção corajosa, sobretudo no primeiro aviso que deixou aos militantes.

 

O Presidente da Distrital do Porto do PSD foi bem claro. Salientando o excelente resultado obtido no distrito, o melhor dos últimos 20 anos e um dos melhores de sempre, sublinhou a mudança até num ponto pouco habitual, sobretudo quando olhamos para o anterior governo: as escolhas para os lugares estão e continuarão a ser feitas tendo em conta as qualidades técnicas, profissionais e políticas dos escolhidos e não apenas e só pelo facto de serem militante do partido.

 

Esta primeira declaração foi um aviso à navegação. Os corporativos fartaram-se de escrever sobre “o pote” e procuraram passar uma ideia simples: se o PSD vencer vai “atacar” os lugares. Tal como foi feito na anterior legislatura pelo governo cessante. A primeira marca de diferença, de mudança, já está a ser colocada em prática e foi isso que Marco António quis deixar bem claro aos militantes do Porto.

 

Depois, informou que a Distrital do Porto, a maior do país, vai a eleições antecipadas já a 22 de Julho. Foi a surpresa geral. Depois de uma vitória retumbante, ninguém esperava uma decisão dessas. Obviamente, as eleições autárquicas de 2013 podem ser a razão principal para esta decisão. No Distrito do Porto não são poucos os actuais presidentes de câmara impedidos de se recandidatar e tudo indica que não serão umas eleições fáceis para os dois partidos no poder. A preparação atempada a isso obriga.

 

Não sei, nem faço a mais pequena ideia, se Marco António se vai recandidatar. A Distrital do Porto teve um comportamento exemplar e fundamental antes das eleições, durante a campanha e após a vitória. Não esqueço a impressionante campanha no distrito nestas legislativas. Ao longo destes anos conseguiu crescer (em militantes e em militância) e ser uma voz atenta e escutada no Distrito, no Norte e no país. Se Marco António se recandidatar, terá uma vitória expressiva (e merecida) fruto do trabalho que ele e a sua equipa fizeram e natural, tendo em conta que somos um povo com memória.

 

Uma coisa eu sei: o Porto e o Norte precisam de uma distrital do Porto do PSD que continue a ser forte, atenta e interventiva.

 

 

ADENDA DE ÚLTIMA HORA: O Miguel Abrantes, sempre um querido, não leu a coisa convenientemente. Ora, entre fazer-lhe um desenho e explicar por escrito, prefiro a última pois sempre fui fracolas a desenhar: quando falo, logo no início, em "provocou eleições antecipadas" estou a falar, como facilmente se depreende ao ler o resto do post, de antecipadas na Distrital. Eu percebo o Miguel, ainda está traumatizado com o resultado de 5 de Junho. Para a próxima vez, peço ao secretário da mesa uma cópia da acta e envio-lha.

Posso enviar pelo Assis? Será Seguro?

Renovar a análise política

 

A propósito das recentes legislativas, não faltou quem desenterrasse uma frase proferida por Francisco Sá Carneiro em 1979, num contexto muito diferente do actual: "Um governo, uma maioria, um presidente." A frase deve situar-se à época: Portugal tivera 11 governos em escassos cinco anos, não produzira nenhuma maioria parlamentar estável desde a entrada em vigor da Constituição de 1976 e necessitava com urgência de reformas políticas profundas - com destaque para o fim do Conselho da Revolução como tutela militar das instituições civis, algo aberrante na Europa Ocidental.

Sá Carneiro e os seus sucessores políticos imediatos cumpriram estas metas: dotaram o País pós-revolucionário da primeira maioria parlamentar sólida e alcançaram um acordo político com o PS que possibilitou a revisão constitucional de 1982, pondo fim ao Conselho da Revolução após sete anos de existência e reduzindo os poderes discricionários do Presidente da República em benefício do Parlamento, em sintonia com a esmagadora maioria dos países da Europa comunitária.

O fundador do PSD não sonhava com um país político monocolor: pretendia, isso sim, que as sérias divergências institucionais que manteve com o presidente Ramalho Eanes (divergências que partilhou com outros primeiros-ministros, como Mário Soares e Pinto Balsemão) fossem dirimidas com o reforço da componente parlamentar no singular sistema político português. Foi um combate que travou com frontalidade, em prol do que entendia serem os interesses nacionais.

Passos Coelho nunca utilizou esta expressão nem faria qualquer sentido recorrer hoje a ela, fosse qual fosse o inquilino de Belém. Nem Cavaco Silva é apropriável por esta maioria nem o Presidente terá certamente a ilusão de que influenciará a actividade governativa fora dos estritos limites que a Constituição lhe impõe. Por outro lado, a maioria de que Passos dispõe no Parlamento está longe de ser monocolor: PSD e CDS são partidos autónomos, com programas políticos diferenciados e estratégias muito próprias, como hoje ficou bem patente na falhada eleição de Fernando Nobre para a presidência da Assembleia da República.

Basta o que referi para esvaziar de sentido esta frase no momento actual. Deixemo-la no contexto histórico a que pertence e tentemos interpretar os factos sem o recurso a fórmulas gastas. Aliás não é só a política que necessita de renovação: a análise política também.

 

Foto: António Ramalho Eanes e Francisco Sá Carneiro em 1980

O Casamento

Uma coligação política é assim uma espécie de casamento. Para o bom e para o mau.

 

O CDS não gosta de Fernando Nobre. Está no seu direito. Eu também não apoiei Fernando Nobre nas presidenciais.

Até posso ter algumas reticências quanto à escolha. Posso. Mas estes não são tempos para limpar armas. O CDS e alguns, poucos, deputados do PSD não perceberam. A sorte deles (e nossa) é que o país está de tal forma que este é o menor dos nossos problemas. Agora.

 

Mas fica para memória futura.