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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

Um Manifesto que é só Protesto é muito Pouco

Acabei de ler o "manifesto" da associação ou movimento (ou...?) "Geração à Rasca" e vi também este vídeo. O que me espanta é que tanto o manifesto como aqueles jovens do vídeo não fazem outra coisa para além de se queixarem e protestarem. Então e não há ideias? Então e não se reflecte nas CAUSAS? E não há propostas concretas do que deve mudar em termos legislativos?

 

Se esta geração pensa que consegue mudar alguma coisa com cantiguinhas e protestos moles, então bem pode continuar sentadinha no sofá da casinha dos pais a jogar playstation. A política não se faz ficando à espera que o "inimigo" nos ofereça lá qualquer coisinha. A menos que esta associação, no fundo, o que queira é passar-se para o "inimigo".

 

Se é isso que pretende, então está muito enganada: não há economia nem finanças que permitam alargar os "privilégios de geração" a mais geração nenhuma. E, de facto, é precisamente por causa desses privilégios que esta geração ainda não chegou onde merecia chegar. Era bom que compreendessem isso e já é tempo para demonstrarem que compreenderam.

Guerra de Gerações

Não há volta a dar, já não se pode ignorar. O principal conflito em Portugal não é a luta de classes de proletários contra capitalistas, não é o jogo de poder entre fascistas e comunistas, nem sequer é a oposição direita vs. esquerda ou conservadores vs. progressistas. A maior tensão binária no nosso país é isto: guerra geracional. Os mais velhos, instalados e protegidos pelos direitos adquiridos (já é tempo de os chamarmos pelo nome correcto: privilégios de geração) contra os mais novos, precários, com mais formação, mais dinamismo e, até, mais mundo, cujo rol de direitos sociais presente e futuro é diminuto e insatisfatório. Secundariamente, um outro conflito, relacionado com o primeiro: trabalhadores do sector público de um lado contra trabalhadores do sector privado, trabalhadores a recibos verdes e trabalhadores sem trabalho, do outro.

 

O tempo para conseguir atenuar estas tensões latentes mantendo a paz social está a acabar.