25 de Abril?
Sempre!
Por tudo o que representa de Liberdade.
Por tudo o que representa de fim da censura.
Por tudo o que representa de desenvolvimento social.
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Sempre!
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Uma pequena multidão de comentadores domésticos continua a dirigir farpas aos movimentos pró-democracia nos países árabes, chorando a queda dos ditadores Ben Ali e Mubarak. Neste desfile, Alberto Gonçalves não podia faltar à chamada. Lá vem ele, no DN, juntar-se ao coro: "Após a queda de Mubarak, as odes dos jornalistas à alegria do povo e as invectivas aos 'cínicos' que não a partilham resultam de óptimas intenções, mas de péssima memória. A História recente ensina que a felicidade de certos transtornados religiosos tem um preço: a nossa."
Extraordinário: assume-se a defesa póstuma da ditadura para lançar um vigoroso anátema sobre a democracia que ainda nem começou a ser construída. Como se o mundo árabe sofresse de um atavismo genético que o torna incapaz de conviver ad seculum seculorum com estados de direito e o respeito escrupuloso dos direitos humanos. Nessa convicção, Gonçalves vergasta os repórteres que têm relatado o que testemunharam no Egipto: "Se calhar, os jornalistas confundem o seu ofício com a repetição de clichés, na convicção um bocadinho infantil de que qualquer protesto público contra uma ditadura acarinha valores opostos aos ditatoriais."
Não sei se entre esses jornalistas que tanto enojam o colunista do DN se inclui John Simpson, o prestigiado editor de assuntos internacionais da BBC, que escreve do Cairo sem a menor dúvida: "A deposição do presidente Hosni Mubarak é tão significativa como o colapso do bloco soviético na Europa de Leste em 1989." Um cliché, diria certamente Alberto Gonçalves, talvez saudoso daqueles tranquilos tempos em que o Muro de Berlim se erguia como fronteira natural à expansão da democracia. E o que dirá este sociólogo do mais recente artigo de Mario Vargas Llosa publicado no El País, precisamente sobre os ventos da liberdade que percorrem o Magrebe e o Médio Oriente? "O Ocidente liberal e democrático deveria celebrar este facto como uma extraordinária confirmação da vigência universal dos valores que representa a cultura da liberdade e dirigir todo o seu apoio aos povos árabes neste momento da sua luta contra os tiranos», sublinha o Nobel da Literatura-2010.
Felizmente Simpson e Vargas Llosa têm vistas menos curtas do que a agremiação de admiradores portugueses de Mubarak. Como nada acontece por acaso, é precisamente do Irão que nos chegam hoje notícias de corajosos levantamentos populares contra a ditadura, na linha das impressionantes manifestações de Junho de 2009. É óbvio o efeito de contágio dos acontecimentos da Tunísia e do Egipto. Perante tanta "agitação", os cínicos de serviço por cá, tal como os aiatolas por lá, devem estremecer de horror.
Imagem: manifestação contra a ditadura iraniana
Uma revolta popular pacífica, ordeira, participadíssima, onde as únicas bandeiras são as nacionais, deita abaixo uma tirania. Sem necessidade de intervenção dos marines norte-americanos, sem líderes "carismáticos", sem partidos ou igrejas a "organizar" as multidões.
Devia ser motivo de congratulação em todo o mundo democrático. Mas não é. Em redutos de opinião, bem entrincheirados nas suas certezas graníticas, analistas derramam por jornais e blogues o seu imenso desdém pela página histórica que acaba de se virar no Cairo. Como se os egípcios, com os seus cinco mil anos de civilização, não estivessem minimamente preparados para a democracia e precisassem para o efeito do aval das ilustres bempensâncias cá do sítio.
Fernando Martins n' O Cachimbo de Magritte, apressa-se a enumerar um inevitável cortejo de desgraças: «Certamente provocará contra-revolução, guerra contra inimigos internos e externos, terror e caos económico e social.» Verdadeiramente estarrecedor. «Quem acredita que o Egipto teve o seu '25 de Abril' deve preparar-se para um PREC islamita triunfal», exclama, na mesma linha, João Pereira Coutinho no Correio da Manhã. Como antes dele fez Vasco Graça Moura, ao escrever no DN sem dúvidas de qualquer espécie: «Está na cara que [as coisas] vão correr mal, mesmo muito mal.» E hoje Vasco Pulido Valente, bem ao seu estilo, proclama no Público: «Presumindo a mais do que provável (se não inevitável) interferência do Irão, como imaginar que se resolveria fosse o que fosse com eleições? O único resultado seria quase com certeza o alargamento e o reforço da 'Irmandade Muçulmana'». Suprema heresia, optar por eleições...
Leio estas opiniões e parece que estou a escutar Glenn Beck, na Fox News, com as suas «tiradas histéricas» (a definição é dos Los Angeles Times) contra o "avanço do extremismo islâmico" que só ele, dotado de vistas mais apuradas do que o comum dos mortais, consegue descortinar.
Ah, como tudo soa bem melhor quando a "democracia" é imposta pelos fuzis do Pentágono e os ditadores, em vez de caírem por determinação do povo, cedem o poder por pressão dos tanques.
Por estes dias, algumas Cassandras de turno têm atrasado o calendário 32 anos para apontarem um dedo cheio de suspeições ao movimento popular egípcio. Lembrando que a chamada revolução islâmica que derrubou o xá do Irão em 1979 também prometia muito mas terminou da pior maneira, com a instalação de uma ditadura ainda mais feroz. Por que motivo nenhum outro exemplo de uma revolução falhada é invocado por estes dias? Talvez porque não haja mais nenhum para mostrar. Nos últimos 40 anos, dezenas de ditaduras deram lugar a sistemas democráticos nos mais diversos pontos do planeta – de Portugal às Filipinas, da Polónia a Moçambique, da Rússia ao Brasil – sem que nenhum vaticínio catastrofista se concretizasse. Caiu o Muro de Berlim, foi desmantelado o ‘apartheid’ na África do Sul, as tiranias de caserna foram substituídas por estados de direito na América Latina, Timor-Leste alcançou enfim a liberdade. Sem convulsões, sem retrocessos históricos, sem o cumprimento das habituais promessas negras dos profetas da desgraça. No Irão, de resto, a clique teocrática não tem motivos para se congratular com as manifestações no Egipto, um país onde 20 milhões de pessoas – cerca de um quarto da população – utilizam regularmente a Internet. No Cairo, por estes dias, foi possível ver muçulmanos e cristãos orar em conjunto. Ali não se queimou uma só bandeira americana nem se gritaram palavras de ódio contra Israel.
O fracasso da “revolução islâmica”, há 32 anos, serve aliás de aviso e de vacina a novos movimentos destinados a destituir ditaduras: podem não saber ao certo por onde vão nem para onde vão, mas todos sabem que não irão por aí.
Publicado no DN
Depois de José Pacheco Pereira, também Vasco Graça Moura se debruça, angustiado, sobre os perigos do fundamentalismo islâmico num texto de pendor apocalíptico em que não há uma só linha de congratulação pela queda de Ben Ali na Tunísia e Hosni Mubarak no Egipto - ditadores que perfaziam 53 anos somados de mandato, com o requinte suplementar, no caso egípcio, de que já estava praticamente assegurada a sucessão para um dos rebentos do cleptocrata, travestindo a república em monarquia, em jeito de regresso aos tempos faraónicos do rei Faruk.
Bom estilista do idioma, Graça Moura compõe o seu texto no DN em jeito de valsa lenta que vai acelerando e crescendo de emoção à medida que os parágrafos se sucedem.
Primeiro parágrafo: «O mundo ocidental deveria olhar com grande apreensão as perturbações consecutivas que ali [Tunísia e Egipto] estão a acontecer e ameaçam alastrar rapidamente aos restantes países islâmicos do Médio Oriente e do Norte de África.»
Segundo parágrafo: «Está na cara que [as coisas] vão correr mal, mesmo muito mal.»
Quarto parágrafo: «O rastilho do fundamentalismo islâmico alastrará imparavelmente pelos caminhos da Al-Qaeda a todo o mundo árabe, ainda por cima com o risco de também acabar por envolver a Turquia.»
Quinto parágrafo: «O Ocidente não está já em condições de se defender, por falta de valores éticos e cívicos que foi dissipando em nome de uma permissividade politicamente correcta e desastrosa.»
Custa-me entender três coisas.
Primeira: que um democrata não se congratule calorosamente, em termos inequívocos, com a queda de um ditador.
Segunda: que seja sempre invocado o exemplo do Irão de 1979 como uma espécie de garantia prévia de que os movimentos pró-democracia no mundo islâmico estão condenados a ser mal sucedidos. Que eu saiba, a Indonésia também é um país islâmico - é aliás o maior país islâmico do globo - e transitou com sucesso da ditadura para a democracia no final da década de 90.
Terceira e última: que não se perceba que todos estes persistentes receios são afinal a prova mais evidente de que as ditaduras foram incapazes de travar o passo à ameaça fundamentalista. E como poderiam ter sido, designadamente no Egipto, sob o mando despótico e decrépito de Mubarak?
Lamento, sinceramente, que Graça Moura não tivesse espaço, tempo ou paciência para acrescentar um parágrafo ao seu texto. Um parágrafo em que aludisse à corrupção, à pobreza, às desigualdades, à repressão, às eleições fraudulentas, à censura aos meios de informação, à falta de liberdades fundamentais no Egipto. Por um simples motivo: este quadro confrangedor é que constitui o maior caldo de cultura do extremismo islâmico. Não perceber isto é não perceber o fundamental.
"A Hungria precisa de um ataquezinho preventivo naquela cabeça magiar" escreve Henrique Raposo, aqui, a propósito da nova lei de imprensa na Hungria. Se um autor húngaro escrevesse isto sobre portugueses imagino a celeuma e a comoção, mas enfim, como são do leste, passa.
No original no Expresso inclui-se um útil link para este texto do embaixador José Cutileiro, que está repleto de interpretações a meu ver erradas.
Julgo que os autores estão mal informados e que os seus textos prolongam mitos que não permitem perceber a realidade, não apenas da Hungria, mas da actual Europa de leste. Tenta-se construir uma história alternativa e ambos escrevem em tom paternalista, como se Portugal desse grandes lições a todo o mundo.
A União Europeia não é polícia de costumes, a Hungria não se tornou um país fascista e a liberdade de expressão não está em perigo. Acho pelo contrário, que é preciso ter cuidado com certas fontes, sobretudo quando não se tem acesso ao original.
A lei de imprensa húngara é criticável? Claro que é. E a União Europeia está a fazer o que lhe compete, e o que consta dos Tratados, com a garantia à partida de que Budapeste aceitará mudar a lei em todos os aspectos que forem considerados controversos (não os mais referidos). A lei tem ambiguidades com impacto em blogues e facebook, por exemplo. E a cobertura política equilibrada visa sobretudo silenciar a extrema-direita, cujos jornais e panfletos são de estarrecer. A questão das coimas é polémica, com valores máximos exagerados, mas em Portugal também se pagam multas destas, ou seja, aqui temos de esperar pela prática.
Os dois autores, sobretudo o embaixador Cutileiro, parecem esquecer detalhes cuja referência poderia alterar as suas conclusões: na Hungria houve eleições em Abril e o partido de Viktor Órban não se limitou a ganhar as eleições, mas venceu com maioria constitucional. O Fidesz tem mais de dois terços do parlamento e pode mudar a Constituição. O anterior poder socialista (pós-comunista) foi caracterizado pela corrupção, o nepotismo e a mentira. O eleitorado escolheu em liberdade livrar-se dele, apesar da hostilidade da imprensa controlada pelos mesmos socialistas. Mas segundo se lê no texto do embaixador, parece que houve um lamentável equívoco:
"Cheios de sangue na guelra,os populistas de direita a que o povo húngaro deu a maioria nas últimas eleições - o partido do Governo, Fidesz, bem como os seus apoiantes parlamentares de extrema-direita (neofascistas convictos que fazem gala em atacar judeus, trabalhadores migrantes, homossexuais e recolheram 17,5% do voto popular) - por um lado aprovaram lei restritiva da liberdade de informação e imprensa inadmissível num regime democrático (dentro e fora da Hungria é já considerada uma vergonha para a Europa) e, por outro lado, aprovaram uma "taxa de crise" que pune empresas estrangeiras trabalhando no país, em prática flagrante de proteccionismo contra o espírito e a letra do mercado interno, pedra angular da sobrevivência da União Europeia se esta quiser ser pólo de poder no mundo".
Não há aqui um centro-direita para amenizar, não, são populistas e está tudo dito. "Sangue na guelra"? eles aturaram todas as provocações dos manuais. E o autor podia lembrar, por exemplo, que os ataques extremistas a ciganos ocorreram sobretudo antes das eleições; na referência aos homossexuais, nem sei do que fala, mas talvez da perseguição sistemática aos homossexuais no tempo do comunismo e do pós-comunismo.
Mas os apoiantes parlamentares de extrema-direita simplesmente não existem. Em primeiro lugar, porque o Fidesz não precisa do Jobbik, em segundo porque o Jobbik está em processo de fragmentação e é, objectivamente, um perigoso adversário. Em resumo, ao meter tudo no mesmo saco, o texto tenta fazer uma associação falsa entre os dois partidos. Aliás, não é inocente a escolha do tema da minoria cigana para o semestre europeu húngaro; a extrema-direita deve estar aos pulos.
A história da "taxa de crise" é interessante. Foi feito basicamente o que pede a esquerda em Portugal. Naquele caso, torna-se algo difícil de explicar, mas o ponto de partida é o seguinte: um ano antes de perderem as eleições, os socialistas tornaram o forint muito caro, para as multinacionais poderem exportar os seus lucros, nomeadamente a banca alemã e austríaca. No auge da crise, o forint desvalorizou de forma brutal, estrangulando as poupanças da classe média. Foi assim uma maneira de esfolar aquelas cabecinhas magiares. O novo imposto tenta recuperar algum deste dinheiro exportado, um crime horrendo, sem dúvida contra todas as regras da União Europeia. Mas a expressão "proteccionismo", aqui, só dá para sorrir, já que a Hungria tem inúmeras poderosas empresas nacionais para o seu Governo proteger.
Em relação aos "passaportes", a história ainda é mais enviesada. Na realidade, os documentos permitem que eslovacos e romenos de origem húngara tenham acesso a estudos, tratamento médico, segurança social e compra de propriedades na Hungria (julgo que voto também). Os húngaros têm minorias do outro lado da fronteira e querem garantir que estas minorias tenham direitos no país. É o que os alemães fazem aos seus étnicos, desde que ainda falem alemão. É aquilo que nós fazemos com os nossos emigrantes ou os israelitas com os judeus de todo o mundo. O último exemplo é o melhor, porque isto é também um incentivo à emigração dos étnicos húngaros. como o país vai precisar de mão-de-obra, mais vale que sejam da língua. Uma nota: Robert Fico já não está no poder na Eslováquia e os dois governos (húngaro e eslovaco) melhoraram muito a sua relação, o que indica que talvez o problema não fosse só húngaro.
Muitos comentadores portugueses que se pronunciam sobre a Europa Central simplesmente ainda não perceberam que as duas décadas de pós-comunismo acabaram (paz à sua alma e repouse em paz) e que os regimes serão diferentes a partir de agora e mais democráticos. Habituem-se às novas figuras, do estilo dos Kaczynski ou de Órban, que têm má imprensa no ocidente, só porque são ferozmente anti-comunistas. Eles não são populistas, são nacionalistas de direita, mas o seu modelo são os conservadores britânicos.
Disto tudo, Henrique Raposo mistura elementos históricos e faz um estranho goulash. Insinua que os húngaros querem uma "Grande Hungria" (???) uma acusação sem factos e fala do crescimento do nacionalismo, sem perceber que estes países perderam a sua independência durante quase meio século e só sobreviveram porque era muito forte a sua identidade nacional. Aliás, deixo uma pergunta: porque é que os ingleses e os portugueses podem ser patriotas e os húngaros (e os croatas, os polacos, os romenos, os sérvios) não podem? Tem algum defeito, a cabeça magiar ou sérvia ou eslovaca?
Por outro lado, está na moda dizer que vem aí o nacionalismo, que horror, mas a parte difícil tem sido a de apresentar factos que demonstrem a teoria.
O tal nacionalismo inclui as berratas patrióticas sempre que Mourinho fala em português? E nesta história não estão a esquecer a importância que Órban teve, pessoalmente, na recuperação da liberdade na Europa?
As almas puritanas de uma certa teologia do ódio comum a todas as religiões, o ópio do povo, andam revoltadas pela possibilidade da construção de uma Mesquita perto do Ground Zero. Alguns amigos partilham de idêntica revolta considerando que tal é um desrespeito à memória das vítimas do 11 de Setembro e uma “apologia” do terrorismo.
Eu sei que os segundos me perdoam a discordância e os primeiros não perdoam nada nem ninguém. Mas enfim, a vida é mesmo assim. Quando ouvi as palavras bem medidas do Presidente dos Estados Unidos fiquei na dúvida: qual foi a parte da sua intervenção que não perceberam? De forma ligeira, como é apanágio da bloga, vamos resumir o que disse Obama e citando o Expresso: “Como cidadão e como presidente, creio que os muçulmanos têm o mesmo direito a praticar a sua religião como qualquer outra pessoa deste país. Isso inclui o direito a construir um local de oração e um centro comunitário em propriedade privada na baixa de Manhattan, de acordo com a lei”. Em suma, uma propriedade privada que está no mercado, um grupo de cidadãos que pretendem adquirir o imóvel e nele construir uma mesquita e um centro comunitário e cumprindo a lei.
O Nuno Gouveia, um dos mais brilhantes bloggers nacionais e alguém que muito respeito, entende que: “na verdade essa mesquita não deixaria de se transformar num símbolo de vitória para os radicais” e sublinha as palavras de Jorge Costa sobre o facto do Hamas ter uma opinião positiva e quem sabe a Al-Qaeda. Pois, meu caro, qual o espanto? Obviamente, os senhores do terrorismo ficam todos contentes e olham para os seus umbigos gargalhando. Para nós, ateus, agnósticos, cristão, judeus, muçulmanos e restantes não alinhados com posições fundamentalistas e terroristas a única simbologia que recordamos quando perante algo deste calibre é esta: Liberdade. A liberdade que permite a coexistência pacífica entre religiões, entre povos, entre gente de boa vontade para quem o 11 de Setembro serviu, espero, como cimento unificador contra toda e qualquer teologia do ódio.
Não esquecendo que entre os milhares de vítimas dos ataques terroristas do 11 de Setembro, realizado por fundamentalistas islâmicos, estavam centenas de muçulmanos inocentes e que não podem ser comparados com esses assassinos que se dizem seguidores de Maomé. Do mesmo modo que não podemos colocar no mesmo saco todos os católicos quando se relembra os crimes hediondos da inquisição.
Aquilo que nos distingue do fundamentalismo religioso, dos Hamas, Al-Qaedas e quejandos é exactamente a nossa filosofia de liberdade que permite, entre tantas outras coisas, aos seguidores de Maomé construir um templo junto do futuro Memorial às Vítimas do 11 de Setembro.
Caso contrário, somos iguais a eles e seguidores de uma teologia do ódio que mina os alicerces de toda e qualquer sociedade.
(igualmente publicado no Estrolabio)
"Começam a estar em causa valores essenciais da democracia, como a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão."
Juiz António Martins, presidente da Associação Sindical de Juízes
Episódios aparentemente tão diversos como este, este e este são afinal faces da mesma moeda. Da má moeda. Esperemos sentados. Um dia destes o Presidente da República há-de finalmente aludir à importância da liberdade de imprensa em Portugal. Nas entrelinhas de algum discurso.