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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

Amar o Porto:

Foto do Sapo

 

Braga é uma cidade com mais de dois mil anos de história. O Porto é uma urbe cuja história se perde na bruma dos tempos. A Bracara Augusta e a Portuscale antecedem a nacionalidade e as suas raízes, profundas, cruzam-se num certo tipo de afinidade social. Os cerca de sessenta quilómetros que as separam marcam uma falsa ideia de distância que a realidade (e o tempo) se encarrega de aproximar.

 

Não deixa de ser interessante olhar para cada uma e ver a evolução diferenciadora. Se Braga é hoje uma cidade de juventude e de prosperidade, o Porto atravessa uma das maiores crises de identidade das últimas décadas. Se Braga é o motor do Minho, o Porto deixou o motor gripar e olha para Gaia e Maia como os mecânicos de serviço. O que realmente diferencia estas duas cidades é algo complexo e simultaneamente simples: liderança.

 

A sorte de Braga é ter um conjunto de decisores políticos que a amam e não ambicionam ter, através dela, um mero bilhete de ida, sem volta, para Lisboa e o seu afrodisíaco Terreiro do Paço, o ópio do povo político. O azar do Porto é ter tido, nas últimas décadas, meros passageiros políticos em trânsito. Olham para o Porto como um trampolim. Não o amam, não o sentem, não o conhecem. Obrigando os autarcas dos arredores a ter de puxar a carruagem.

 

É preciso compreender que ser Presidente de uma Câmara Municipal não é apenas e tão só um posto mas “o posto” na cidade. Não é um mero local de trabalho que se abandona às Quintas de tarde e a ele se regressa às Terças de manhã. É “o local”. E depois, depois é fundamental não confundir algo tão simples que custa ter de explicar, passados tantos anos: nem Pinto da Costa é o F.C. Porto nem a Câmara Municipal do Porto é Rui Rio. As instituições estão para além dos seus líderes de ocasião.

 

 

 

O destino, esse malvado, juntou Braga e o Porto na bela e remota Dublin. O mundo do pontapé na bola uniu aquela que é a segunda cidade de Portugal com a que conseguiu, com muito trabalho, afirmar-se como a terceira cidade portuguesa. Juntas à volta de um quadrado de relva que faz as vezes de mesa. É nestas pequenas coisas que se vê a diferença: os decisores políticos, os empresários, a universidade e até o clero de Braga rumaram a Dublin. Na comitiva portuense nota-se uma ausência, a constante e ensurdecedora ausência. Dirão alguns que é apenas e tão só futebol. É verdade. Mesmo sendo, provavelmente, a seguir ao Vinho do Porto, o maior exportador da imagem do Porto cidade e região. Mesmo sendo, ao contrário de tantas outras coisas, algo de excelência que o Porto consegue produzir. Ok, é apenas e tão só futebol…como se isso já não fosse imenso, tendo em conta tudo o que arrasta.

 

Essa filosofia estaria correcta, perfeita, não fosse a importância que meia dúzia atribui, na minha cidade, ao circuito da Boavista no oposto do silêncio em torno do futebol e da sua indústria enquanto dinamizador económico. Reparem, se o Turismo do Porto e Norte de Portugal, se a maioria dos autarcas da região, se boa parte dos empresários, se o Povo considera aquilo que hoje se passa em Dublin suficientemente importante para entupir o Aeroporto (talvez a maior ponte aérea de sempre no país em apenas 48 horas), encher os cafés e antecipar a hora de ponta no Porto, em Braga e boa parte da Região, é difícil de entender o silêncio de dois ou três iluminados. Ou talvez não.

 

A explicação é simples: é preciso amar o Porto para o perceber. É preciso conhecer os cantos e recantos da Ribeira, perder-se pela Miguel Bombarda, compreender Campanhã, subir Mouzinho da Silveira até aos Aliados e pelo caminho dar um pulo aos jardins do palácio enquanto não se desce a Boavista em direcção ao mar terminando no Passeio Alegre ou em Massarelos.

 

É preciso compreender que ser Presidente de uma Câmara Municipal não é apenas e tão só um posto mas “o posto” na cidade. Não é um mero local de trabalho que se abandona às Quintas de tarde e a ele se regressa às Terças de manhã. É “o local”. E depois, depois é fundamental não confundir algo tão simples que custa ter de explicar, passados tantos anos: nem Pinto da Costa é o F.C. Porto nem a Câmara Municipal do Porto é Rui Rio. As instituições estão para além dos seus líderes de ocasião.

 

Por isso, ao olhar orgulhoso para mais uma vitória histórica do meu Porto e rumar para o meio da multidão, do meu Povo, nos Aliados senti pena. A pena de não ter visto em Dublin, ao lado dos autarcas de Braga, do Presidente da sua câmara, o seu colega do Porto. Um sentimento justificado e sublinhado ao olhar para os Aliados e espreitar para a NOSSA casa e vê-la fechada, como que envergonhada. Uma vergonha não de si mas daqueles que ainda a ocupam não compreenderem o seu significado.

 

Qualquer um pode ser Presidente da Câmara Municipal do Porto mas não é um qualquer que ficará no coração dos Portuenses. Uma coisa sei de Pinto da Costa: estará para sempre no coração dos Portistas e no da maioria dos Portuenses.

 

Obrigado F.C. Porto por seres o nosso Orgulho. O orgulho das nossas Gentes.

Parabéns Braga por, igualmente, afirmares a nossa Região.

 

 

 

 

O CAA já anda a fazer das suas em Viana:

Maria de Lurdes é uma das três freiras que vivem no convento de Viana do Castelo das Irmãs Reparadoras Missionárias da Santa Face, uma ordem cujo hábito é… azul e branco, precisamente as cores do FC Porto.

“Assim, ando sempre à Porto”, refere, com humor, aquela irmã “doida pela bola”, que já tem lugar cativo frente à televisão para assistir à final da Liga Europa, que quarta-feira vai opor, em Dublin, o “seu” FC Porto ao Sporting de Braga.

Hoje estou assim...Orgulhoso

 

 

 

 

 

Orgulhoso por pertencer ao blogue que fez serviço público enquanto o Ministério das Finanças (e a imprensa em geral, diga-se em abono da verdade) assobiaram para o lado. Um trabalho excepcional (no qual fui mero espectador espantado pela velocidade).

 

Orgulhoso ao ler esta posta/notícia e aproveitar para me rir, uma vez mais, graças ao bom-humor do Rodrigo, o homem que nos (Portuenses e Andrades) acusa de não termos sido romanizados e nos chama Celtas. Ele que ficou maravilhado com Campanhã.

 

Orgulhoso por saber que o meu Porto já está em Dublin e com ele o enorme Braga 2010/11. Duas das cidades mais carismáticas do Norte, a Liberal cidade do Porto e a eternamente Jovem (e Capital Europeia da Juventude 2012) Braga. Na terra de Bono,Wilde, Beckett, Yeats, Pearse, MacDonagh, Clarke Thomas, MacDiarmada, Plunkett, Eamonn, Connolly ou Collins (para aqueles que entendem a Irlanda como uma só) e dos Celtas, Portistas e Bracarenses estão em casa. Um regresso às origens (seguindo a filosofia de RMD).

 

Por isso, orgulhosamente, amanhã seremos todos, novamente, Celtas.

Factos

 

 

 

 

Algumas almas da Pátria preferem (ver caixa de comentários do post "A Força do Dragão") encontrar justificações estranhas para menorizar o resultado do F.C. Porto perante o Villareal. São razões que a razão desconhece.

 

Nada como citar a insuspeita imprensa vizinha para procurar explicar aos cépticos o que ontem, a exemplo do resto da época, aconteceu:

 

Jornal Marca: "O Villareal ficou sem oxigénio na segunda parte e o F.C.Porto passou-lhe por cima. A diferença física foi tão abismal como o resultado"

 

Jornal AS: "O Villareal levou uma vassourada descomunal. O F.C. Porto deu uma lição de futebol...".

 

Jornal El Mundo: "O F.C. Porto deu um recital de jogo de equipa e fundiu a equipa espanhola".

 

Jornal ABC: "A avalancha (cito) de futebol directo, agressivo, triturador e absolutamente exigente do F.C. Porto na segunda parte destroçou o Villareal. Este F.C. Porto tem fome de êxito, de triunfo e de fazer história insaciável".

 

A opinião generalizada na imprensa desportiva internacional sublinha algo notório: "Este F.C. Porto deveria estar na Champions e não na Liga Europa".

 

Só por cá alguns teimam em não querer ver...

Ser Porto é um Orgulho:

Ontem o meu FCPorto deu uma enorme lição ao seu principal e histórico adversário.

 

Alguns, mais entusiastas, falam em humilhação. Erro. OFCP não humilhou o Benfica, apenas lhe deu uma enorme lição. Não ao Benfica enquanto Instituição, merecedora de todo o respeito, mas a um certo "benfica": aquele que olha para a superioridade do FCPorto como mera batota. Aquele que não vê, ou não quer ver, três décadas de trabalho, de sangue, suor e lágrimas, de esforço e dedicação, de razão e paixão.

 

O “benfica” acha que tudo o que o FCPorto ganha é fruto da “fruta e da meia-de-leite” fingindo-se virgem pura nestas matérias, fazendo de conta que só existem processos contra dirigentes do FCPorto e os seus são uns puros. O melhor exemplo de pureza deste “benfica” é aquele senhor, advogado, que o representa num programa televisivo da SICN, todo ele um modelo de educação e moderação, a mesma moderação tida quando se apanhou com poder público e procurou sanear o Prof. Marcelo pelo crime de delito de opinião.

 

Esse “benfica” não é o Benfica. Este é uma Instituição de respeito e respeitável, o outro é uma espécie de casa de alterne mal frequentada onde se apaga a luz e se incita os “seguranças” a não deixar os adversários festejar com os seus adeptos. O Benfica é um clube que já deu muito ao desporto português, o “benfica” é uma espécie de calamidade que lhe aconteceu, assim como nas famílias existe sempre um parente que nos envergonha. O "benfica" é a vergonha do respeitável Benfica.

 

Por isso, ontem, o meu Porto humilhou esse “benfica” reduzindo-o à sua insignificância. E não o fez dentro das quatro linhas, não. Nessas apenas existiu futebol. A humilhação concretizou-se pelas palavras moderadas, pelo elogio ao treinador adversário, pelos festejos contidos na casa deste. Pela forma como o meu Porto soube ganhar mesmo olhando para aqueles que, uma vez mais, não souberam perder.

 

Ontem, no Estádio da Luz, na casa do SLBenfica, o meu Porto foi grande, foi gigantesco e não o escrevo motivado pela vitória mas pela grandeza de como soube ganhar e dar uma valente bofetada de luva branca nessa coisa a que chamo simplesmente e em letra do tamanho dos seus protagonistas, “benfica”.

 

O resto? O resto é pontapé na bola. São onze contra onze e no fim ganha o Porto. Tão simples como isto.

Sou portista! from ricky moralez on Vimeo.