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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

Os órgãos de soberania no Facebook.

Já tinha achado bastante original o hábito de o Presidente da República publicar sistematicamente mensagens no  Facebook sobre assuntos de Estado. Parece, no entanto, que o exemplo faz escola e agora é o Primeiro-Ministro que também nos presenteia com uma mensagem no Facebook. A mensagem pretende ser apenas "uma pequena reflexão de Verão", mas é verdadeiramente um discurso de Governo. Nesse discurso, começa-se logo por salientar que "o ritmo de tomada de decisões que nos impusemos, bem como a nossa imperiosa necessidade de cumprir os acordos a que o País se comprometeu têm vindo a impor uma agenda exigente que eu encaro como o nosso Grande Desafio como nação e como povo". E o Primeiro-Ministro declara expressamente: "Não me comprometo com resultados rápidos nem com sacrifícios suaves. Não seria realista. Mas não duvido que, passada esta profunda e longa tempestade, teremos um país muito mais bem preparado para compreender, competir e vencer num mundo que assiste diariamente a importantes transformações".

 

O tom discursivo desaparece, porém, logo em seguida quando o assunto da mensagem se transforma afinal em o Primeiro-Ministro ir gozar uns dias de férias com a família, como é seu direito. Nessas férias procurará naturalmente, como qualquer cidadão, "aproveitar intensamente o tempo disponível: afinal é nas situações mais simples que podemos encontrar os momentos de maior felicidade". Agora a mensagem deixa de ser um discurso político e assume mesmo um tom intimista e pessoal, tanto assim que termina com "um abraço forte e continuação de um bom Verão".

 

As redes sociais têm vindo a assumir-se como um extraordinário meio de comunicação entre as pessoas e desde a eleição de Obama que provaram ser igualmente um óptimo instrumento de comunicação política. Tenho, porém, as maiores dúvidas sobre a eficácia da sua utilização por parte de Governantes. Um Primeiro-Ministro que fala sobre o "nosso Grande Desafio como nação e como povo" e sobre os "sacrifícios" que não serão "suaves", não deve no momento seguinte falar das suas próprias férias. E muito menos deve desejar a "continuação de um bom Verão", quando se sabe que as insolvências que diariamente são noticiadas levarão a que muitos portugueses cheguem ao fim deste Verão sem emprego. Uma comunicação aos cidadãos do Primeiro-Ministro deve ter uma solenidade própria, não devendo ser confundida com as mensagens que diariamente trocamos com os nossos amigos no Facebook.

O Albergue no Facebook! Sabiam?

Pois é, o Albergue Espanhol já está no Facebook. Foi um parto que teve a sua dificuldade. Nasceu durante o fim-de-semana assim como quem não quer a coisa. Podia ter sido parto natural mas a conjuntura eleitoral obrigou a uma cesariana com epidural. Modernices.

 

Neste momento já passou a centena de amigos, daqueles bons que partilham connosco as dores de pós-parto e as crises existenciais próprias destas coisas. Entretanto, segundo a estatística da coisa (que se espera que seja como o algodão) já espreitaram as nossas postas inúmeras almas caridosas. Agora vamos ver se o rebento se aguenta enquanto alguns dos nossos "experts" não lhe dão as vitaminas necessárias ao seu crescimento.

 

Uma coisa é certa, tudo o que se passa no blog passa também no facebook mas o contrário não é verdade. Por vezes, no Facebook do Albergue, podem encontrar algumas coisas que aqui não entram. Assim uma espécie de "turma do bolinha". Promessas...

 

Entretanto, já foram espreitar? Não? Então, "bora lá" que o último a entrar é...eu sei lá, lampião? Andrade? Lagarto? O melhor é deixar à vossa superior consideração...

A Rede

A blogosfera portuguesa acabou de ultrapassar uma importante fronteira. Ao de leve, pé ante pé, cresceu e desenvolveu-se, infiltrou-se no quotidiano de muitos e influenciou outros tantos. De repente, era ver bloggers a escrever nos jornais, a opinar nas rádios e a comentar nas televisões.

 

Pelo caminho, vieram os jornalistas e os comentadores da comunicação social para os blogues. Como a disponibilidade não era muita e o medo do erro imenso, o surgimento do twitter foi um escape para boa parte da classe. O Facebook um complemento indirecto.

 

E quando os blogs apareceram naqueles eventos partidários estilo casamento cigano, vulgo Congressos, a coisa foi tipo Coca-Cola: primeiro estranha-se e depois entranha-se. Surgiram as últimas eleições directas no PSD e catrapum, os blogs e demais redes sociais “tomaram conta da casa”.

 

O Pedro Passos Coelho e a sua equipa acreditaram na validade e no potencial destas novas ferramentas de comunicação de massas e delas souberam tirar proveito. Fizeram bem. Aquele momento com os blogs no congresso foi um acto de reconhecimento. Foi justo. Foi inteligente.

 

Alguns jornalistas não gostaram. Compreendo. Esta é uma nova realidade e nem todos estão preparados para ela. O RMD já esclareceu as dúvidas nessa matéria. Apenas acrescento a componente pedagógica da coisa: é tempo de os cursos de Jornalismo/Ciências da Comunicação prepararem os seus estudantes para esta realidade. Alguns, poucos, já o fazem, eu tive essa sorte. Quando tal se universalizar, as indignações de hoje serão coisa do passado e todos saberão a diferença entre um blogger e um jornalista.

 

Pode ser que nesse dia os pombos, as rolas e os columbófilos de serviço compreendam, igualmente, a diferença entre o blogger e o político.