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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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Construção Civil e Caminhos-de-Ferro e o País

Este post sugeriu-me este comentário:

 

Os efeitos maléficos do conúbio poder político-construção civil medem-se em milhares de milhões de euros e em gerações que ficarão a pagar projectos com rentabilidades negativas.

Mas para além desses efeitos, há ainda outros. A desvalorização dos caminhos-de-ferro é uma das consequências do excesso de auto-estradas.

É preciso destruir o que existe e serve bem para justificar novos investimentos inúteis e negativos. Por exemplo, o novo aeroporto a trinta quilómetros de Lisboa.

 

Destruir o que serve para justificar o que não serve: esta tem sido a lógica dos negócios entre políticos e construtores civis em Portugal. Era bom que isto, com o novo governo, acabasse. Ora aí está uma reforma que mesmo sendo implementada em modo "terapia de choque" não justificará o mais pequeno remorso.

A História Secreta dos Amigalhaços da Construção Civil

Luís M. Jorge está interessado em compreender um pouco melhor o relacionamento entre o grupo Espírito Santo, ou outros grupos económicos, e os governos da república. Estou interessado em aceder a notícias que nos permitam avaliar a influência política destas organizações: casos, esclarecidos ou por esclarecer, zonas de sobreposição entre os interesses dos grupos e as decisões de titulares de cargos públicos, contratações e nomeações — enfim, tudo o que, legitimamente, e dentro dos limites do interesse público, nos permita iluminar uma zona ainda opaca da nossa vida democrática [aqui]. Eu também estou.

 

O leitor está convidado a participar nesta tarefa, enviando notícias publicadas em jornais de referência, documentos oficiais ou reflexões originais (não rumores) para o email luismjorge@yahoo.com. (...) Nada me move contra qualquer grupo económico português. Mas, à falta de um jornalismo de investigação independente e corajoso, resta-nos confiar em recursos próprios para vigiarmos o destino dos nossos impostos.

 

O post da semana da blogosfera nacional é este: A história secreta: grupos económicos, construção civil, partidos políticos e, claro, muitos milhares de milhões de euros de prejuízo puro para o erário público que são, as usual, lucro imerecido e garantido para os amigalhaços do costume. Ler também este texto.

 

Um Serôdio Relatório de Reacções

 

O vídeo com mensagem aos finlandeses era, de facto, um vídeo com mensagem aos portugueses: é possível que tenha tido um efeito na auto-estima lusitana, duvido que tenha atingido os corações daqueles fino-úgricos.

 

Todos os finlandeses (e não só) com quem falei e que viram atentamente o vídeo tiveram a mesma reacção: este vídeo é um exercício de exagero e uma lição de que os países pequenos também podem ser ridiculamente nacionalistas.

 

O vídeo não caíu nada bem, sobretudo porque os finlandeses são um povo moderado (exceptuando o consumo de vodka e outros etceteras com mais de quarenta e dois graus de álcool) e humilde.

 

Em última análise, o que os finlandeses aprenderam com o vídeo foi que se os portugueses são tão megalómanos (cfr. tb. isto) e pouco credíveis (para não dizer... mentirosos) como o vídeo sugere - então não é difícil perceber como é que Portugal chegou assim (novamente) à beira da bancarrota.

 

E têm razão: uma boa parte do descalabro geral do país deve-se à megalomania das obras públicas, tê gê vês, pê pê pês e demais "grandes projectos da construção civil" e à facilidade com que os portugueses se enganam a si mesmos, comprando toda a sorte de mentiras abundantemente fornecidas pelos socialistas.

A Cor da Rosa e a Realidade

Se António Guterres não tivesse optado por uma política pró-cíclica e se tivesse colocado as contas públicas em ordem - teria havido margem de manobra financeira para que, qualquer que fosse o governo no poder no período 2007-2011, tivesse sido possível seguir uma política agressiva contra-ciclo sem perigar ou agravar as contas públicas.

 

Na ausência de margem de manobra financeira, Sócrates viu-se forçado a medidas pró-cíclicas em época de crise. A ausência de margem de manobra reporta-se aos tempos de Guterres mas também aos primeiros anos do governo de Sócrates. A responsabilidade de Sócrates pela recessão actual está ainda no mix da resposta à crise: cortar apoios sociais em vez de cortar nos projectos de rentabilidade negativa para o erário público mas de lucratividade garantida para os amigalhaços da contrução civil (a propósito, ler este excelente post de Gabriel Silva no Blasfémias).

 

Desde os inícios dos anos noventa (do século passado) que não faltaram economistas de quase todos os quadrantes políticos a avisar para os problemas futuros que acabariam por decorrer das política despesistas e irresponsáveis de António Guterres. Mas quem está interessado em ouvir os economistas? Não são os discursos dos Guterres, Sócrates, socialistas muito mais cor-de-rosa?

Cúmulo da Hipocrisia

"O antigo ministro do PS, Jorge Coelho" e "presidente-executivo da Mota-Engil considerou, esta quinta-feira, que os empresários devem manter-se à margem do debate politico" (aqui).
 
O maior conúbio público-privado político-económico do país é precisamente entre o Partido Socialista e a Mota-Engil e é exactamente o presidente-executivo desta, que já foi ministro das obras públicas*, ou seja, já tutelou politicamente a área em que agora negoceia a nível privado - que vem pedir aos outros empresários para estarem caladinhos e não se intrometerem na política.
 
A desfaçatez destes socialistas não tem limites.
 
* na altura chamava-se "equipamento social".