Ajuda Especulativa
A ajuda internacional à Grécia, Irlanda e Portugal é em si mesma especulativa. Os "ajudantes" sabem que estes países (sobretudo o primeiro e o último) vão mesmo falir. Mas enquanto o default não acontece, vão emprestando a juros elevados e lucrando com isso: lucros financeiros e lucros político/eleitorais.
É exactamente aquele jogo de roleta russa que tão bem define as bolhas especulativas e os esquemas Ponzi: todos sabem que a bolha vai rebentar e que, nesse momento, vão perder os que estiverem na posição de credores. Mas, até essa explosão acontecer, é possível fazer bons negócios - emprestar a taxas excepcionalmente altas and getting away with it. E, até ao dia da explosão, todos acreditam que vão conseguir saltar para fora do esquema exactamente antes da bolha rebentar.
Também é certo que muitos dos actuais "ajudantes" não têm de se preocupar com a bomba futura pois já terão abandonado o poder (e, logo, o esquema) quando aquela explodir. Mesmo que Sarkozy e Merkel vençam as próximas e respectivas eleições, já cá não estarão para mandatos seguintes. Ou seja, é provável que estas novas bolhas especulativas - especulação à custa das contas públicas de países soberanos - só venham a estourar já quando Merkel, Sarkozy e os demais big bosses das instituições comunitárias tenham mudado de funções e responsabilidades.
Também é certo que muitos dos actuais "ajudantes" não têm de se preocupar com a bomba futura pois já terão abandonado o poder (e, logo, o esquema) quando aquela explodir. Mesmo que Sarkozy e Merkel vençam as próximas e respectivas eleições, já cá não estarão para mandatos seguintes. Ou seja, é provável que estas novas bolhas especulativas - especulação à custa das contas públicas de países soberanos - só venham a estourar já quando Merkel, Sarkozy e os demais big bosses das instituições comunitárias tenham mudado de funções e responsabilidades.
Ninguém quer, pois, ficar com o ónus político e eleitoral de presidir a um default soberano dentro da zona euro e todos vão empurrando o problema, insuflando cada vez mais as bolhas da "ajuda internacional".
Mas porque não impedir este jogo assassino e suicida já agora? Para salvar a face do Sócrates e da Merkel? A menos que seja concedida uma verdadeira ajuda, isto é, que o dinheiro seja emprestado a taxas de juro consistentes com as perspectivas de crescimento económico, a decisão mais acertada para a Grécia, Irlanda e Portugal não é "ajuda" externa mas sim reestruturação da dívida ou default já.