Ou Três Por Cento ou Default/Reestruturação
Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI, deseja que as taxas de juro definidas para Portugal sejam baixas. Tem toda a razão. A posição negocial portuguesa deve ser esta: ou emprestam-nos a três por cento (quatro no máximo dos máximos) ou entramos em default ou reestruturação. Para bem do nosso país, dos credores e da Europa.
O tipo de "ajuda" que a Grécia recebeu está a revelar-se um enorme erro. Muito em breve, a Grécia precisará de novo resgate porque o primeiro, aparentemente, só tem contribuído para agravar ainda mais a insustentabilidade dinâmica das finanças públicas gregas. O FMI/FEEF não pode cair no mesmo erro no caso português.
É lamentável que Governo e oposição (pelo menos aquela parte responsável) não consigam acordar sequer num único número: três por cento. Sem um acordo Governo-oposição, o poder de negociação do país será muito fraco.