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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

E depois do FMI.

Não vale a pena estar neste momento a protestar pelo facto de nos quererem impor à força um PEC4 que foi rejeitado no Parlamento. Na verdade, o país alienou provisoriamente a sua soberania a partir do momento em que decidiu solicitar a "ajuda externa" ao FEEF e ao FMI, transformando-se num protectorado internacional até à altura em que pudermos prescindir desta "ajuda". O FMI vai adoptar a política de que quem paga manda e estar-se-á nas tintas para a posição do parlamento português, pois sabe que a única alternativa que ele tinha era rejeitar a ajuda e essa deixou presentemente de ser alternativa. É por isso que, em termos de programa de governo, os partidos do arco governamental perderam toda a margem de manobra para o discutir a partir do momento em que aceitaram apoiar esta intervenção externa. Será o FMI quem vai ditar a política governamental dos próximos anos. Por isso, o debate eleitoral entre os principais partidos vai-se resumir a discutir de quem foi a culpa disto. Ninguém acreditará em mais nenhuma promessa eleitoral, o que provavelmente conduzirá a uma abstenção gigantesca nas eleições.  E se alguém tem dúvidas sobre o que vai acontecer, veja as primeiras condições do empréstimo: 80 mil milhões a pagar em três anos. Ora, um país como Portugal só consegue pagar 80 mil milhões de euros em três anos com medidas de austeridade violentíssimas. É por isso evidente que quando acabarmos de pagar esse empréstimo o país estará arruinado e exangue, com um enorme agravamento do fosso que nos separa dos outros países europeus. Onde está afinal a coesão europeia que tanto se apregoou durante o processo de construção da União Europeia?  

3 comentários

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    lucklucky 08.04.2011 23:45

    Você não concebe viver sem défice?
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    Luís Menezes Leitão 09.04.2011 06:40

    Não só o concebo como principalmente o desejo. Sempre que achei que o défice hoje significa aumento de impostos amanhã. E neste país há quem tenha tido grande sucesso político com a doutrina dos orçamentos equilibrados e conseguido equilibrar o défice à custa de violentas medidas de austeridade. Mas isso foi em ditadura. Em democracia não me parece que eliminar o défice e a dívida em tão curto espaço de tempo seja aceitável pelas pessoas, uma vez que vai implicar sacrifícios brutais. Olhe para o referendo islandês.
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