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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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Et tu, Perez Metele?

 

 

 

A transferência de três fundos de pensões da PT rendeu a "receita extraordinária" para os cofres do Estado de 2900 milhões de euros. Em contrapartida, foi preciso inscrever no exercício orçamental de 2010 os mil milhões que nos custaram dois lindos submarinos; os 1800 milhões do BPN e mais 450 milhões do BPP, as contas obrigatórias daquilo a que vulgarmente se vem chamando os buracos daqueles dois bancos saqueados; e ainda mais cerca de 800 milhões de perdas de três empresas de transportes detidas pelo Estado. O saldo está à vista, as "despesas extraordinárias" excedem em 1150 milhões (0,7 pontos percentuais do PIB) as receitas do mesmo tipo. O que significa que, sem estas rubricas irrepetíveis, em 2010 o défice ordinário - o que resulta do funcionamento regular das administrações públicas - ficou-se nos 7,9%. A conclusão é clara: num ano, no qual o Estado só deixou de actuar na roda livre dos duodécimos nos últimos oito meses, o travão da despesa, aplicado por três vezes, não produziu o efeito esperado de acelerar a queda do défice para 7,3%. Só conseguiu 40% do aperto adicional de um ponto percentual, que se propôs alcançar na altura, com o apoio explícito do líder do PSD. É mais um insucesso para o ministro das Finanças.

 

António Perez Metelo, hoje no DN.