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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

Uma pergunta

Os partidários do Governo passaram o dia a fazer um extraordinário exercício de agitação de papões e tigres de papel. Haveria uma hecatombe, se José Sócrates se demitisse. O país não poderá prosseguir se o líder abandonar o cargo. Isto é pior do que a peste bubónica e o terramoto de 1755, juntos.

Mas dentro de dois meses, os eleitores farão um exercício bem mais simples, em forma de pergunta: estou melhor ou pior do que há seis anos?

É tão elementar quanto isto. Cada eleitor enfrentará o pequeno papel rectangular e fará esta pergunta.

 

Respondo por mim: estou pior do que há seis anos. Mais pobre, o meu emprego mais em perigo, a minha futura reforma mais pequena. Vivo mais inseguro do que vivia há seis anos.

Acho que o País também está pior. Este é um Portugal que perdeu soberania e que precisa dos seus parceiros europeus para pagar as dívidas e garantir protecção perante os credores.

As promessas eleitorais deste Governo nunca foram cumpridas: o desemprego aumentou, as reformas foram tímidas, o País perdeu competitividade, teve a economia estagnada e agora está em queda, os ricos estão mais ricos e os pobres mais pobres (basta ver o parque automóvel que por aí anda), um quarto do emprego é precário.

 

Neste País que não reconheço triunfaram os velhacos e prosperaram os oportunistas. O triste período de seis anos dos boys e girls representou um retrocesso ético de uma dimensão que deixará marcas por muito tempo.

Ao fim de seis anos de José Sócrates, Portugal está de mão estendida, repleto de ressentimento e sôfrego de mudança. 

 

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