1+1=A3
Suponho que de cada vez que o senhor Jean-Claude Juncker estende o dedo para as agências de rating, os seus responsáveis desatam a rir. O presidente do Eurogrupo veio agora de novo avisar que é preciso controlar "de maneira urgente" as referidas agências, como se isso não fosse óbvio desde o ínício da crise, quando esta era "apenas" financeira e não já económica e social.
No entanto, há quatro anos que está por surgir a propalada solução, seja ela a criação de uma agência de rating europeia ou uma nova entidade reguladora. Mais: No campo da regulação desconhecem-se também efeitos práticos do novo modelo de supervisão financeira europeu. E deu em nada a prosápia do combate feroz às off-shores (à qual aliás também Obama se juntou no início do seu mandato).
A verdade é que a UE, por ausência de autoridade, por excesso de burocracia ou por incapacidade na gestão dos interesses, não tem outra mão no comportamento dos mercados que não aquela que se limita a abrir os cordões à bolsa. E isso, como é óbvio, não é suficiente. Que a UE está numa crise quanto à indefinição do modelo político a seguir já era fonte de preocupações bastantes quanto ao futuro. Que ande a marinar sem consequências práticas no meio da turbulência económica é um 2 em 1 assustador.