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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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"Erros" e "crimes" vistos pelo PCP

 

O "erro" de Kadhafi, na perspectiva do PCP, não foi ter tiranizado um povo inteiro durante mais de 40 anos, suprimindo partidos políticos, liberdade de imprensa e liberdade sindical. O "erro" de Kadhafi, para os comunistas portugueses, não foi ter mandado prender, torturar e até assassinar quem se atreveu a contestá-lo, como sucedeu ao escritor Daif Gazal. O "erro" de Kadhafi, vem agora dizer o dirigente comunista Ângelo Alves, nas páginas do oficiosíssimo Avante!, ocorreu apenas nos anos mais recentes, quando decidiu «abraçar a "guerra ao terrorismo"». Isto num artigo em que a palavra "ditador" surge cuidadosamente colocada entre aspas, não vá algum militante lembrar-se ainda dos tempos em que o PCP enaltecia Kadhafi como uma espécie de Che Guevara do Magrebe. Um artigo em que não surge uma só palavra em defesa dos líbios que têm tombado no combate contra o coronel que os oprime desde 1969 - era Richard Nixon presidente dos Estados Unidos e Marcello Caetano substituíra poucos meses antes Salazar em Portugal. O "crime", garante este membro da Comissão Política do PCP, está ali prestes a ser cometido pelos Estados Unidos e pela NATO, que "parecem querer lançar-se numa nova aventura militar". Eis a teoria da pescada aplicada à geopolítica: antes de o ser já "parece" que o era.

Reparem na subtil diferença entre "erro" e "crime". Nesta perspectiva, uma ditadura pode ser um erro mas o seu derrube será seguramente um crime. O que diria Marx destes seus discípulos entrincheirados na rua Soeiro Pereira Gomes?

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