Pela Soberania Fiscal na Europa (ii/iii)
Primeiro post desta série aqui.
2a: Como já escrevi, por exemplo, aqui, a senhora Merkel tem uma concepção muito estranha de soberania. Será que a chanceler alemã nunca ouviu dizer no taxation without representation? É generalizada e correcta a ideia de que existe um certo défice democrático no que toca às decisões da União Europeia. E esse défice é, naturalmente, absoluto em relação aos líderes políticos dos outros países. Os portugueses não votam em Merkel, logo Merkel deve abster-se de interferir na nossa soberania. Ah mas a Merkel empresta dinheiro... so what? Quem empresta tem direito a juros, não tem direito a uma fracção da soberania do devedor. E quem empresta aceita um risco: incumprimento ou re-estruturação da dívida.
A definição das taxas de imposto deve, pois, manter-se exclusivamente nos órgãos de soberania de cada país.