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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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Quarta-feira Página 11

Martin Wolf afirma que um dos efeitos da recente crise económica e financeira mundial foi o de acelerar o futuro. Três realidades mundiais foram adiantadas no tempo uns bons dez anos pelo efeito da crise. Em primeiro lugar, o aperto fiscal, que já se previa através da observação das tendências demográficas nos países mais desenvolvidos, teve de ser antecipado para o tempo presente. A política de agora e dos próximos anos será dominada pelas finanças públicas, o que é um mau sinal. Em segundo lugar, o aumento do peso da China, Índia, Brasil e outras economias emergentes no produto mundial era já esperado. Mas ninguém previa que a sua importância aumentasse tão rapidamente. Isto foi o resultado da contracção das economias industrializadas mais velhas ao passo que as novas economias não pararam de crescer. Finalmente, uma tendência que ganhou uma aceleração ainda mais inesperada (ingenuidade ocidental?) foi a deterioração da imagem do "ocidente" e dos Estados Unidos da América um pouco por todo o mundo. Os falhanços militares e financeiros do ocidente deterioraram ainda mais a imagem que a Ásia tinha do "ocidente".

 

Ed Husain, sobre a revolução no Egipto e a Irmandade Islâmica, defende que é possível reorientar a Irmandade no sentido democrático. A tese é a de que não é forçoso que a Irmandade, no caso de conquistar o poder pela via democrática, perverta a democracia e imponha um regime fechado e intolerante. Pelo contrário, é possível seduzir a Irmandade no sentido de aceitar a laicidade do Estado egípcio e a separação entre política e religião. Por outras palavras, a opção não se reduz ou a impedir a ascensão da Irmandade através da manutenção do status quo autocrático ou a permitir a democracia, aceitar uma possível tomada do poder por parte da Irmandade e esperar que esta a pouco e pouco delapide a democracia. Uma terceira possibilidade é a Irmandade conquistar o poder mas abster-se de seguir a via fundamentalista. Tudo depende do discurso e atitude de alguns dos líderes da Irmandade, nomeadamente em relação ao pluralismo, direitos humanos e, naturalmente, o respeito por Israel.

 

Nouriel Roubini lembra-nos que três das últimas cinco crises económicas globais foram consequência de choques geopolíticos no Médio Oriente. Uma das preocupações associadas às alterações políticas na Tunísia, Egipto, Jordânia, Síria, ... é que ocorra um choque na oferta de petróleo. Esse choque pode inflectir a actual tendência de crescimento económico mundial, em que uma boa parte das economias recém saídas da crise ainda está numa posição financeira e macroeconómica muito frágil.

 

 

Ler hoje o Financial Times, um muito bom jornal inglês.

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