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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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Presidenciais (15)

 
Assistimos nesta campanha a uma insólita simetria à das legislativas de 2009, quando um Sócrates recém-derrotado nas eleições europeias foi questionado quase exclusivamente não pela sua política desastrosa nem pelo incumprimento das promessas de 2005 mas pelo seu carácter. O PSD, com Pacheco Pereira a dar a táctica, andou enredado nisto até lhe cair em cima uma estrondosa derrota eleitoral da qual ainda hoje não recuperou. Estou à vontade para escrever estas linhas pois insurgi-me com clareza contra essa estratégia numa altura em que muitos pensavam que podia ter êxito.
Desta vez os papéis invertem-se e é Cavaco Silva que vê agora o seu carácter posto em xeque por alguns dos rivais nesta campanha presidencial. Convenhamos: há muito que criticar no recandidato apoiado pelo PSD e pelo CDS. Mas, estranhamente, em vez de Cavaco estar a ser alvo de justificadas críticas políticas pelo seu mandato de cinco anos em Belém ei-lo a ser alvo de ataques de carácter, exactamente como sucedeu a Sócrates em 2009, pondo em causa um facto da sua vida privada numa fase em que não desempenhava qualquer cargo público.
Apetece-me fazer minhas as palavras proferidas ontem por António Vitorino na SIC Notícias: "este tema ocupa um peso desproporcionado" na campanha eleitoral em curso. E acrescento: não custa vaticinar que uma campanha deste género terá o mesmo sucesso do que teve a do PSD em 2009. Algo estranho é ver que alguns dos que então mais se destacaram na denúncia dos 'assassinatos de carácter' estejam hoje na primeira fila desta modalidade nada desportiva que só consegue afastar os portugueses ainda mais da política e os eleitores das urnas.
Entretanto lamento muito ver Manuel Alegre, em 2011, desempenhar o papel que Basílio Horta teve na campanha presidencial de 1991. A maioria das pessoas tem memória curta. Mas eu não: lembro-me bem como essa campanha terminou.

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