A insinuação do desespero e as práticas do Bloco
Como muito bem sintetiza FNV, os ataques a Cavaco Silva são, essencialmente, o resultado disto: "Convém não esquecer que Alegre começou por ser o candidato do Bloco. A insistência para que Cavaco divulgue detalhes de uma operação financeira que executou quando era um mero cidadão, insere-se no modus tollens bloquista: se negociar na bolsa significa o diabo, não negociar significa a santidade (que é negada a Cavaco)."
Já ontém, ao Económico (área de assinantes, hoje), eu tinha tido a oportunidade de referir que se trata essencialmente de um ratatouille de 3 razões: desespero (ainda não ouviram o meu colega Pedro Correia), contradições insanáveis e os habituais métodos filisteus do partido do doutor Anacleto Louçã. Abaixo, fica a mini entrevista, que está na página 15 no Diário Económico de hoje:
“É um ‘fait-divers’ fruto do desespero absoluto de Alegre”
Faz sentido a exigência feita ontem pelo candidato Manuel Alegre para que seja divulgado o contrato de compra e venda de acções que envolveu Cavaco Silva e a Sociedade Lusa _de Negócios (SLN)?
Só se compreende esta exigência de Manuel Alegre no âmbito de um desespero absoluto, de uma campanha sem ideias. Tudo isto é fruto de uma contradição insanável entre o Partido Socialista de José Sócrates e o Bloco de Esquerda de Francisco Louçã. Cavaco Silva apresentou oportunamente e na forma adequada toda a informação que tinha que apresentar. Este tema só está na campanha eleitoral porque há um enorme desespero por parte de Manuel Alegre.
A compra e venda de acções não cotadas foi um exclusivo de Cavaco Silva?
Muitos políticos no activo compraram e venderam acções de empresas não cotadas. As informações pertinentes são todas conhecidas e a candidatura de Manuel Alegre está, pura e simplesmente, a criar um tema que não existe.
Trata-se de uma campanha "suja”, como classificou o candidato Cavaco Silva?
Não iria usar esse adjectivo. É fruto de pessoas que não têm uma ideia relevante para o que Portugal é hoje. Manuel Alegre vive a maior das dificuldades ao tentar conciliar um discurso que suscite, simultaneamente, o apoio do PS de José Sócrates e do Bloco de Esquerda de Francisco Louçã – que é um dos maiores opositores do actual Governo. É um ‘fait-divers’ à moda do bloco.