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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

A ignorância é sempre fonte de perplexidade

Após quase 6 anos de militância política (o que espero faça de mim um político, pelo menos intermitente) aceito sem rebuço que me mantenho fundamentalmente ignorante quanto a alguns dos aspectos mais centrais da intendência partidária e do tacticismo elaborado que aprecio em muitos dos meus amigos e menos amigos. Uma das questões para mim mais fascinantes é a da súbita transformação de seres pensantes em entes acéfalos, apoiantes permanentes e dedicados de tudo. Quem chega à militância partidária aos 40 anos tem aqui uma enorme dificuldade, quiçá mais que proporcional à ignorância atrás referenciada. Nada como ter aprendido nas universidades partidárias a ter fé nos que nos guiam sabendo que, se tudo correr bem, um dia seremos recompensados na Terra pela fé que não guardámos exclusivamente para os fenómenos do Céu.

 

Vem isto a propósito da minha dificuldade em entender as vantagens de preanunciar o óbvio: isto é, mesmo que ganhe com maioria absoluta, o PSD (caso ganhe e, ganhando, com a dita maioria absoluta) está condenado a não governar sozinho, dada a situação de emergência económica e social em que já entramos e da qual já não vamos escapar sem muitos e irreversíveis traumatismos. O PSD terá de governar com o CDS e com o que for necessário para eficazmente derrotar o modelo que nos trouxe aqui e que muitos ainda querem eternizar. Mas para liderar verdadeiramente qualquer forma polinomial de qualquer coligação terá de promover uma centralização em si do voto de centro direita. Ao mostrar que pretende que exista indiferença ex post entre si e o partido do dr. Portas não estará a desvalorizar-se escusadamente ex ante?

 

Provavelmente não percebi as segundas e terceiras derivadas deste caminho porque, como reconheço em título, vivo, nestas matérias, com a limitação suprema da ignorância e sofro desta punção alienígena de, por vezes, escrever depois de (mal?) pensar.

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