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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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O ministro do Contra-Ataque à sarrafada

Ainda não tive oportunidade de ler a entrevista de Pedro Passos Coelho ao Expresso. Mas já ouvi na RTP a reacção a esta entrevista do Ministro do Contra-Ataque, Augusto Santos Silva. O mesmo que na última campanha presidencial, aos berros num palco, acusava o candidato Cavaco Silva de pretender desferir um "golpe de estado constitucional" mal entrasse no Palácio de Belém. Receio bem que na constante tentativa de emular o Oráculo de Delfos este ministro jamais ultrapasse o grau de aprendiz: nada do que disse se concretizou. Espero, aliás, que Santos Silva aproveite a campanha presidencial que aí vem para se penitenciar daquela desaustinada declaração e reconheça alto e bom som todo o apoio que Cavaco Silva deu aos dois governos socialistas durante o seu mais-que-discreto mandato presidencial.

Bem fiel ao seu estilo de disparar primeiro e reflectir depois, o titular do Contra-Ataque vem agora acusar Passos Coelho de "imaturidade política" e de "pretender chegar ao poder a todo o custo e todo o preço". Afirma isto, repare-se, menos de 24 horas depois de o PSD ter confirmado, em votação final global na Assembleia da República, o apoio ao Orçamento do Estado para 2011. No peculiar léxico santossilvista, o facto de um partido da oposição viabilizar o orçamento apresentado pelo Governo significa que pretende "chegar ao poder a todo o custo", além de constituir um óbvio sinal de "imaturidade política".

Safa, como diria o Cavaco de outros tempos. São pobres, mal-agradecidos e com o instinto da sarrafada sempre à flor da pele. Estas declarações do ministro confirmam todo um estilo de governar. Um estilo já condenado nas sondagens antes da próxima condenação nas urnas.

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