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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

O que é que a net tem?

Na rua, cruzamo-nos com eles e parecem normais, no trabalho são todos bons rapazes e raparigas, nas múltiplas ocasiões da vida social em que nos encontramos aparentam sempre ser boa gente, cordial, simpática e até, ocasionalmente, prestável: deixam-nos passar, quando metemos os piscas para ultrapassar um mono parado à nossa frente, ou seguram na porta quando vamos a entrar em qualquer lado, para que ela não nos bata na cara. Até aí, tudo bem; o problema é na net: no Facebook, no campo “ideologia política”, já vi muitos a escrever “esses chulos querem é tacho” e nos comentários dos jornais online, então, vale tudo: o dinheiro – o sempiterno e obsessivo dinheiro – passa a chamar-se “dinheirinho”, quem o ganha, deixa de ganhar, passa a “mamar”, e os projectos, os programas, os ideais, passam a ter um único propósito, uma única designação: a “carteirinha recheada”. O que é que lhes deu, para ficarem assim? Bons pais de família, cidadãos pacatos, gente tranquila – tornam-se todos subitamente uma malta assanhada, uma matilha ululante, cuja pretensa “justiça” me assusta tanto como as injustiças que é suposto combater. Porque, se a corrupção me mete nojo, o justicialismo mete-me nojo e mete-me medo. A coisa não é nova, certamente, mas a net amplia-lhe a dimensão até ao limite do assustador.

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