O sectarismo tem de ter limites
Ao passar os olhos pela blogosfera em véspera de ida a Londres (enfrentar os comentários violentos dos indígenas sobre o que por aqui se passa) não posso deixar de me entristecer com o elogio, implícito ou mesmo explicíto, de vários bloggers aos dislates de mau perdedor de um comentarista canadiano. Por razões muito, mesmo muito, simples:
1.º Porque é uma vitória de Portugal num momento particularmente aziago da vida nacional;
2.º e relacionadamente, porque o ganho de causa obtido terá amplo valor na cena europeia, o que será particularmente relevante nos próximos tempos, haja ou não orçamento;
3.º Porque acho detestável a arrogância que os anglo-saxões revelam cada vez que perdem com gente que desconsideram (mesmo que digam o contrário);
4.º Porque só um ingrato pode minimizar o enorme esforço que Portugal tem feito em defesa do ocidente, nos locais onde tem sido chamado a fazê-lo.
Quando perante algo tão relevante como o que ontém aconteceu, apanhar a boleia do desvario canadiano para não só ter o topete de por os interesses de Israel acima dos de Portugal e ainda por cima torná-lo público, diz muito sobre a mente de quem o faz.
E já agora, os meus parabéns a Luis Amado e a José Filipe de Moraes Cabral.
Em suma, apetece-me dizer o que a minha professora da primária gritava sempre que o desvario imperava: "meninos, tenham juizinho sff".