Intermezzo
Em 1994 quando o meu amigo Jorge Braga de Macedo saiu do último Governo de Cavaco, recebi-o, qual filho pródigo, na qualidade de Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. Perguntei-lhe, na altura, como é que se sentia de volta à nossa escola. Respondeu-me de imediato: “muito bem! No Governo sentia-me um Mozart rodeado de Salieris”.
Olhando à volta desta estrumeira em que se transformou a blogosfera (será que alguma vez foi diferente?), vejo que, entre os seus males menores, está a inusitada profusão de pataratas que, dezasseis anos volvidos, se sentem como se sentia o Jorge no governo de Cavaco (apesar de ter como ajudante a famosa e ainda tão venerada Manuela Leite). Só que, ao contrário destas nulidades de hoje, o Jorge de então era absolutamente brilhante. Desadaptado como elas, mas brilhante. E não apenas entre os amigos….
Posto isto, penso ser altura de evitar os que adoram chafurdar na lama: desde o empertigado Nunes Vicente (a la diritta) ao tristonho Costa Pereira (a la sinistra), passando por muitos outros, igualmente mediocres fora do seu circulozinho de fãs.... mas menos obnóxios. Felizmente, tenho outras atmosferas onde respirar. Por isso, neste intermezzo, chafurdem, arrotem, insultem-se e, claro, insultem-me! Continuarão a ser o que sempre foram, independentemente do que ainda possam escrever ou gritar (vá lá! têm aqui uma bela provocação para as vossas inúteis diatribes do costume....e muitas reticências também....).
PS: os Abrantes, ao menos, não estão aqui voluntariamente. Vivem a existência dos bácoros por obrigação, não por convicção. Fazem-no porque os seus donos acham que têm de o fazer. Deles, só tenho mesmo pena….