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Um novo blogue de Nuno Gouveia e José Gomes André, sobre os EUA. Era uma Vez na América. Título sugestivo, autores informados, garantia de qualidade.
Naquela parte da blogosfera que gosto de frequentar e a que chamo literária, destaco o Novo Mundo, de Isabela Figueiredo. Uma prosa sem paninhos quentes, expressiva e dura. Hoje, a autora está duplamente de parabéns: o seu novo livro, Caderno de Memórias Coloniais, é apresentado em Lisboa.
Ainda uma referência a este texto de Henrique Raposo, linkado no excelente Clube das Repúblicas Mortas.
A questão colocada é interessante e também vi a minha dose de reportagens manipuladoras de sentimentos, com violinos e choro. A crítica justifica-se, mas Henrique Raposo perde razão ao defender que se retire toda a emoção ao jornalismo. Não é possível nem desejável fazer do repórter uma máquina insensível, sem emoções ou adjectivos.
Isto suscita outra reflexão: o jornalismo português anda a ser debatido na blogosfera e programas de televisão com muita fantasia à mistura, por vários autores e opinadores que tentam passar uma imagem de controlo político ou inutilidade social, ao mesmo tempo que ocultam a questão económica que, na realidade, domina todo o sector.
A campanha dura há meses e começa a dar frutos preocupantes.
Há confusões lamentáveis entre opinião e notícia, entre liberdade e inconsciência, entre responsabilidade e subserviência. O tema apaixona posições cheias de emoções e adjectivos, geralmente de pessoas que nunca escreveram uma notícia na vida.
Intelectuais como Henrique Raposo têm a obrigação de ir mais fundo nas suas análises e fazer críticas fundamentadas, que não confundam manipulação com a natural emoção de alguém que está a relatar coisas inenarráveis.