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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

Nota cultural

Sou há muitos anos amigo do Jorge Barreto Xavier, actual Director-Geral das Artes. A convite dele, fiz parte da equipa fundadora do Clube Português de Artes e Ideias, entidade a que presidiu durante muito tempo e que tanto fez pelas novas gerações de artistas portugueses em diversas áreas, apesar de vários não gostarem de reconhecer onde começaram e retirarem a referência do seu curriculum. Nunca, em quase trinta anos, assisti a qualquer procedimento incorrecto ou não ético, do ponto de vista profissional ou pessoal por parte do Jorge, alguém que é de uma educação e comportamento exemplares. 

Li pois com espanto esta história e, após leitura da versão de Paulo Nozolino, tenho dúvidas que mereça tanta indignação. Nozolino recebeu um prémio ao qual não concorreu e a promessa de um pagamento após a confirmação de que se encontrava com a situação fiscal regularizada. Levou isso a mal, assim como levou a mal que fosse descontado no valor 10% de IRS. Reclama ainda que esse imposto não é cobrado àqueles que recebem prémios a que se candidatam. Se assim é, não vejo razão para que não paguem todos, mas este é o único ponto com o qual concordo. O Estado não realiza pagamentos a entidades ou indivíduos com dívidas fiscais e um artista, qualquer que ele seja, não deve ser excepção. A indignação surge-me como desmesurada e tudo isto me parece much ado about nothing.   

 

Adenda: O Francisco José Viegas responde-me aqui. Acrescento apenas ao que escrevi antes o seguinte: 1. Um artista é tão contribuinte quanto outra pessoa qualquer 2. Beneficiar-se-ia no futuro da divulgação do valor líquido dos prémios e não do bruto, para evitar surpresas destas. 3. Quanto à décalage entre o momento formal de entrega do prémio e a entrega do cheque ou dinheiro, ela existe em inúmeras circunstâncias. 4. Admito que tudo poderia ter sido explicado antes ao Paulo Nozolino, mas continuo a pensar que se trata de um tempestade em copo de água. 5. Não sendo nada comigo e tendo o fotógrafo obviamente todo o direito de recusar o prémio, li na primeira versão do texto divulgado no Facebook o nome do Jorge e acompanhei a divulgação acelerada do mesmo em outras páginas e blogues da esquerda à direita, pelo que entendi fazer a minha ressalva. Apenas isso.

 

 

 

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