A Presidência da República revelou esta manhã, numa nota publicada no site oficial, que Pedro Santana Lopes irá ser condecorado na terça-feira com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, uma das mais importantes distinções públicas que podem ser atribuídas a um político no activo ou fora dele. Aníbal Cavaco Silva não o fez inocentemente, fê-lo numa altura em que o antigo primeiro-ministro volta a agitar-se e exige a convocação de um congresso extraordinário do PSD para discutir tudo e pôr tudo em causa.
Em política o tempo é tudo. Até o timing para a divulgação da informação - em pleno debate quinzenal - foi escolhido a dedo. Cavaco Silva não brinca em serviço. Numa altura em que pede um acordo "de regime" para que o País tenha estabilidade política e um Orçamento, vem também revelar que está preocupado com o PSD. Que melhor boost precisava Santana Lopes para credibilizar a sua posição, realizar o tal congresso e condicionar o partido?
Santana vinha exigindo a condecoração há muito e Cavaco Silva teve quatro anos para fazer-lhe justiça, porque todos os antigos chefes de Governo a levaram para casa. Mas agora? Longe vão os tempos da "Boa e Má Moeda"...
Depois da coabitação entre Santana Lopes e Manuela Ferreira Leite, esta prebenda vem demonstrar que o cavaquismo e o santanismo caminham juntos e de mãos dadas nos dias que correm para salvar o que for possível do PSD moribundo. Para evitar o quê? O que temem? Dão-se alvíssaras a quem revelar...
6 comentários
Carlos Sá Carneiro 15.01.2010 16:03
Um "tric" faz sempre falta à blogsfera! Como um "trec", "troc" ou "truc". Ou, sabe-se lá, qualquer outra variação... No "mundo do imaginário tric", a Valorização de Câncio caminha para a sua Santificação... Por que não passa do estado gasoso ao sólido, tric, e dá a cara? ...apesar de se perceber, pelo comentário, que V. Excia vê fantasmas ao virar de qualquer esquina... Afinal, quem teme quem??
Meu Caro Tric, não sou um Cancioneiro, muito menos um Cancionista. Por isso, não lhe vou dar música...
Aconselho-o, no entanto, a rever os seus empoeirados livros de filosofia, porque os seus silogismos, de socráticos, só por apelo àqueles com que o nosso Primeiro habitualmente nos brinda...
Não partir das suas conclusões para a construção dos seus raciocínios já seria um bom princípio! ...e as "caixas de comentários" ficavam-lhe eternamente gratas!