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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

Adivinhem quem foi jantar

É necessário - ou aliás é indispensável - conseguir que para além desta gente, eu e cada um dos Leitores tenhamos o retrato exacto da realidade que nos cerca. No entanto, esse retrato não pode ser emoldurado num discurso apenas economicista, unicamente assente em percentagens da dívida e do défice, ou em PEC's e esforços financeiros e mais não sei quê. Basta.

Já toda a gente percebeu. Ouvimos, vimos e lemos "éne" vezes a mensagem que o senhor inglês deixou escrito, no bilhete transmitido ao seu sucessor no Governo:"Já não há dinheiro". Simple as that

Não há dinheiro, aliás, desde há muito. Quando a equipa de Pedro Passos Coelho finalmente abrir os cofres, apenas encontrará duas ou três traças esvoaçando no fundo dos baús, para além dos lingotes que restam no Banco de Portugal. 

Dito isto, é imprescindível perceber que a crise já foi fotografada em inúmeras polaroids e que as pessoas já não querem saber de mais números ou de ratings ou de quanto ainda há por pagar. Estão preocupadas, estão em antecipação do pior que ainda há-de vir, sabem que ainda passaremos do muito mau ao catastrófico  mas, por isso mesmo, querem agora alguém que lhes apresente soluções, uma via de fuga, um caminho apesar da necessária peregrinação. 

É esse discurso positivo de alternativa construtiva que Passos Coelho e o PSD têm de começar a transmitir. Caso contrário, por mais sondagens que  surjam, cada vez menos Portugueses votarão e cada vez mais os não-eleitores, os desistentes, os destituídos, optarão por um modelo de protesto paralelo ao que deveria existir. Por outro lado, aqueles que votam não é suposto que o façam por desespero, porque ou é o lume ou a frigideira, porque não há opção.

Era só isto que ontem queria dizer ao jantar, irritado como estava com a realidade. Mas não o estamos todos? Nós - cada um de nós - zangados, perdidos, aos gritos ou em silêncio protestando e perguntando como sairemos daqui, a quem é suposto conseguir responder? Desculpem qualquer coisinha.

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