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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

A teoria do escorpião, ou o gajo porreiro vestido de animal feroz...

 

As trapalhadas do PS em matérias de comunicação social são típicas de certa mania das grandezas, desde quando os soarismo perdeu a humildade do jornal "República" e o sentido libertacionista de Raul Rego, enveredando pelos macaísmos das Emaudios...


Se calhar, os materiais provenientes da comarca do Baixo Vouga têm a dimensão delirante, típica dos meandros imaginados por Rui Mateus, mesmo que eles revelem o óbvio da tradição soarenta, ainda que disfarçada de de zapaterização


O PS sempre sonhou em ter o seu Balsemão. Até Monjardino chegou a receber de D. José Policarpo o legado da sonhada Televisão da Igreja (TVI), onde Roberto Carneiro e Zé Ribeiro e Castro deram a inevitável raia... depois do cavaquismo tentar a solução salomónica que afectou Daniel, de novo na ribalta, fazendo jus ao que Francisco Sá Carneiro dele disse em directo, no governo de Mota Pinto.


Infelizmente para o pluralismo, o PS nem sequer conseguiu ter hoje uma espécie de "A Luta", dado que muitas defesas do situacionismo se confundem com as tolices salazarentas dos editoriais do "Diário da Manhã", do "Novidades" e de "A Voz". E a tentação de PS, bem como  de PSD, controlarem as grelhas dos telejornais da RTP já pertence ao anedotário nacional...


Até nem é por acaso que o cargo de secretário de estado da comunicação social ia queimando para sempre um tipo liberdadeiro como Manuel Alegre, obrigado que foi a manchar o seu nome histórico com o encerramento do glorioso jornal "O Século" e de revistas como a "Vida Mundial"...


O único controleirismo que tem algum êxito, falhadas as tentativas do PS e da Igreja Católica de não cumprirem a respectiva natureza, talvez esteja no modelo madeirense de Alberto João...


Restam as antigas homilias de Marcelo Rebelo de Sousa e de António Vitorino, embora Marcelo tenha o jornalismo na massa do sangue e não precise de pacto feudal para ter luz própria, como, certamente, o continuará a demonstrar...


E quando alguns denunciam o "Prós e Contras" como agente do governamentalismo vigente, estão a ser injustos para a equipa de Fátima Campos Ferreira, porque seria absurdo colocá-la no lado inverso do programa "Plano Inclinado" de Mário Crespo e Medina Carreira. Pior: seria mais injusto para esta última novidade televisiva.


Para se ter algum êxito com duração, é preciso o equilíbrio que sempre conseguiu manter a Rádio Renascença, combinando doutrina com liberdade de informação, editorial com jornalismo profissional e até história de martírio com apoio popular à libertação, com o PS histórico na linha da frente da resistência...


A patente falta de autenticidade do discurso de certo situacionismo, que até faz naufragar vozes de grande qualidade, que têm tido a honradez de não traírem as respectivas opções e concepções do mundo e da vida, como, por exemplo, Emídio Rangel, tem levado a um exagero de teorias da conspiração...


Por isso, louvo os dois deputados em roda livre que ontem saltaram para as parangonas, como esse grande senhor que é Mota Amaral e o mestre Pacheco Pereira, dado que ninguém que os conheça e compreenda pode reduzi-los à dimensão de vozes de um qualquer dono...


Não vamos é aproveitar uma comissão de inquérito para não enfrentarmos o problema maior, o da crise da administração da justiça em nome do povo, só porque os magistrados de Aveiro cumpriram a sua missão e encravaram um sistema bloqueado por personalizações do poder...

 

Entre academias do bacalhau e dos pastéis de nata, nunca tantas foram as mesas de comensais e os estreitos círculos de comadres e compadres que, a si mesmos, se consideram como detentores do monopólio da inteligência pátria, a tal que eles reduzem à comenda e à honraria de lata...

 

Nunca tão poucos acumularam tantos altares, para nos comerem a papa, violando as massas com a vaidade e a inveja que os guindaram a papadores. Mas um país intelectualmente unânime numa reverência feudal já não será país, continuará gado engordado a caminho do talho da história...

Entre os presidentes de junta em funções, que dão nome a estádio, conselhos superiores que fazem estátutas, toponímia, comendas e quadros a óleo, a decadência pensa que se perpetua neste barroco dos papa-reformas e tachos, acumulando em vida, aquilo que que a lei da história nem em notas de pé-de-página registará. Aqui, Roma paga aos traidores!

Às vezes, o escorpião acaba por morrer com o seu próprio veneno...

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