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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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Triste sina

Embora muitos saibam que as finanças públicas portuguesas se deterioraram a um nível que exige mudanças radicais — bem mais profundas e estruturais do que aquelas que o PSD acabou de caucionar, num momento em que ainda governa o PS e em que, aparentemente, a Comissão e o Ecofin  se contentam com a política habitual de pequenos ajustamentos, quase contínuos – nunca é demais recordar a infeliz perseverança com que ao longo dos últimos 20 anos criámos a posição insustentável e intolerável a que chegamos.

 

O Eurostat publicou recentemente um fascículo com estatísticas das finanças públicas desde 1996. Não sendo surpreendente, é arrepiante perceber que dos países periféricos do euro Portugal foi o que mais deteriorou a sua posição orçamental. De facto, a posição financeira líquida do Estado português foi a que pior se comportou entre os periféricos (Portugal, Espanha, Grécia, Itália e Irlanda) de 1996 a 2009, com uma variação de -30,6 p.p. contra -5,7 da Grécia e variações positivas da Espanha, Itália e Irlanda. A Dívida Pública directa das administrações públicas (excluindo dívida não financiável autonomamente pelo ao sector empresarial do Estado e a inerente às PPPs) foi a que mais cresceu, 16,9 p.p., contra 15,7 da Grécia e reduções na Itália e em Espanha (-14,2 p.p.).

 

Esta é a nossa triste sina. Dos países com problemas orçamentais fomos os que mais degradámos a nossa posição face a 1996. É, também por aqui, óbvio que temos muito para mudar.

 

hoje, na Economia Livre do Correio da Manhã.