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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

Tralhas na América - A Arte é o que o Homem Quiser

Durante a minha última estadia em Nova Iorque, a fim de compensar os excessos gastronómicos, jurei a mim própria beber umas quantas litradas de água. Toda a gente sabe que a água purifica, ajuda a libertar toxinas e faz bem à saúde.

Em contrapartida, também é sabido que uma decisão deste calibre tem a grande desvantagem de causar vontades incontroláveis de ir à casa-de-banho quatrocentas vezes ao dia.

Felizmente há em Nova Iorque vários Starbucks e McDonald’s onde podemos entrar discretamente e usar o WC sem ser preciso comer hamburguers ou beber cafés. Mas, em bairros mais residenciais, pode-se tornar um pesadelo percorrer meia dúzia de quarteirões sem vestígios de uma retrete, pelo que, em caso de dúvida, sempre que se afigurava uma boa oportunidade para precaver o assunto, nunca me escusei de o fazer.

No último dia demos um salto ao New Museum of Contemporary Art. As exposições começavam pelo sexto piso e iam seguindo pelo edifício abaixo. Logo à entrada vislumbrei um cartaz com uma explicação curiosa. Dizia que aquele não era um museu tradicional, que o que se pretendia era que as pessoas tivessem experiências que provocassem sensações, que despoletassem emoções.

Ora eu gosto destas modernices de me despoletarem emoções, pelo que comecei a percorrer o edifício com o entusiasmo de uma adolescente enquanto dava de caras ora com obras realmente curiosas, ora com instalações daquelas que nos fazem pensar que “aquilo é o que a minha filha faz quando a deixo com frascos de tinta e sem vigilância na cozinha”.

Por fim faltava a cave, para onde descemos calmamente mas que, para nossa surpresa, não tinha mais do que um pequeno corredor sem qualquer tipo de decoração. Resolvi perguntar ao segurança se não havia mais nada. Respondeu-me que a sala de teatro estava temporariamente fechada bem como a sala de exposições, pelo que ali só havia a casa-de-banho.

Com vontade de prolongar a experiência artística, insisti: “So, this is it? No more art?”. “Right, no more art. Just the bathroom”.

Fiz uma pausa e, relembrando as minhas experiências recentes, deixei escapar um “Well, you know, it can be considered art. It just depends on how much you need to go”. 

Veredicto: este PS envergonha os socialistas.

 

Achará o PS que os benefícios da acção governativa do PS (também os houve) compensam e devem fazer esquecer as aldrabices, as manipulações, as negociatas? Quererá o PS adoptar oficialmente a atitude dos autarcas corruptos que “roubam mas fazem”? Serão os ajustes directos aos amigos, as PPP sem controlo e a sonegação de informação uma espécie de “imposto revolucionário” que o povo deve pagar directamente para o bolso de alguns beneficiários em contrapartida de ainda termos o Serviço Nacional de Saúde? Acha o PS que as benesses que concede ao país devem ter como paga a sua absoluta impunidade? Defenderá o PS a monarquia absoluta? 

Não sei se o PS percebe a nódoa que o consulado socratista constitui para si, a desvergonha que representa e que transformou em bandeira, o descrédito que trouxe para a política e aos políticos, o autêntico escarro que significa na cara do eleitorado em geral e dos socialistas em particular. Parece que não.

 

José Vítor Malheiros

Viva Verdi

Ópera de Roma, o maestro Riccardo Muti pede ao público para o acompanhar no encore de Va Pensiero, no Nabucco, de Verdi.

É um notável protesto (claro que estava tudo preparado, vejam como caem folhas com a letra), mas que belo momento.

A Itália é governada por um anão político. Aliás, a União Europeia nunca teve um lote tão mau de dirigentes e devemos interrogar-nos sobre os motivos do declínio.

 

O que é um país sem cultura? Muti acha que é uma pátria si bella e perduta, Winston Churchill pensava exactamente o mesmo. Segundo uma história muito citada, a certo ponto do conflito mundial, o ministro das Finanças sugeriu cortes na cultura para suportar o esforço de guerra, mas o primeiro-ministro acabou logo com a conversa: "Então, por que razão estamos a lutar?", perguntou Churchill.

 

Acho que é uma excelente pergunta. Enfim, viva Itália, viva Verdi.  

Legislativas (18)

 

PARTIDO SOCIALISTA: MEDIDAS EMBLEMÁTICAS

(para ler e comentar)

 

Programa eleitoral do PS

Título genérico: Defender Portugal

Número de páginas: 64

Frase-chave: «O tempo não está para aventuras políticas.» (José Sócrates)

Data de apresentação: 27 de Abril de 2011

 

1. Eliminação de cerca de mil cargos de chefia na Administração Pública.

2. Fusão ou extinção de 60 organismos e serviços da administração central do Estado.

3. Alargamento do programa Simplex ao sector autárquico - para escolas, hospitais, ambiente e reabilitação urbana, entre outras áreas.

4. Lançamento do programa Zero Stop Shop para "eliminar formulários desnecessários".

5. Diminuição do número de freguesias.

6. Adopção de medidas que aumentem a celeridade dos processos judiciais e  reforcem as garantias da execução de créditos e de cobrança de dívidas.

7. Crescimento das exportações de forma sustentada.

8. Concentração dos apoios públicos ao investimento nos sectores de bens e serviços transaccionáveis.

9. Reforçar a parceria com o sector da economia social - cooperativas, misericórdias, instituições particulares de solidariedade.

10. Assegurar uma estratégia de ajustamento orçamental, "prosseguindo a consolidação das contas públicas".

11. Privilegiar a redução do défice pelo lado da redução da despesa pública.

12. Racionalização da estrutura de taxas do IVA.

13. Aumento dos impostos sobre o álcool e o tabaco.

14. Conclusão do processo de convergência entre pensões e rendimentos do trabalho.

15. "Rever estruturalmente o sistema de deduções e benefícios fiscais".

16. Reforçar os instrumentos de luta contra a fraude e a evasão fiscal.

17. Aumentar a produção agrícola nacional reduzindo a dependência do exterior.

18. Aprovação de uma Lei de Reestruturação Fundiária que institua um "banco de terras" para combater a desertificação dos solos.

19. Programa para a requalificação dos rios portugueses.

20. Redução da dependência energética e aposta nas energias renováveis.

21. Rejeição da opção pelo nuclear.

22. Desenvolvimento de um programa específico de formação dos jovens portugueses para os sectores económicos emergentes, nomeadamente das energias alternativas e dos empregos verdes.

23. Continuação do Plano Tecnológico.

24. Substituir o trabalho subordinado de jovens sob a forma abusiva de recibos verdes por formas contratuais que garantam uma relação de trabalho, quer em termos laborais, quer em termos de protecção social.

25. Criar condições que favoreçam o empreendedorismo dos jovens.

26. Defesa da sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde.

27. Aposta em novos serviços nos centros de saúde, como a saúde oral, psicologia, nutrição, fisioterapia e terapia da fala.

28. "Será criado o Registo de Saúde Electrónico de cada cidadão."

29. Prioridade à luta contra a obesidade e o estímulo pela actividade física.

30. Consolidação e qualificação das redes de cuidados de saúde e de equipamento sociais.

31. Reforço das instituições de apoio social, com destaque para creches.

32. Reforço dos abonos de família destinados às famílias monoparentais.

33. Aposta na manutenção do Complemento Solidário para Idosos, que beneficia actualmente 266 mil pensionistas.

34. Aumento da taxa de escolarização dos jovens para os 12 anos de ensino obrigatório e generalização do acesso ao ensino superior.

35. Continuação da aposta no programa Novas Oportunidades.

36. Reforço da acção social escolar.

37. Combate à criminalidade violenta e grave através de novos contratos locais de segurança e da dinamização do policiamento de proximidade.

38. Combate à imigração ilegal.

39. Alargamento do Plano Nacional de Videovigilância às zonas históricas e nevrálgicas das principais cidades.

40. Instalação de uma rede nacional de controlo de velocidade.

41. Atenção redobrada aos antigos combatentes e aos deficientes das Forças Armadas.

42. Aprovação de uma Lei da Paridade que combata as desigualdades sociais entre homens e mulheres.

43. Combate à violência doméstica e de género, com a formação de magistrados para estas áreas específicas.

44. Criação da Rede Portuguesa de Teatros Municipais.

45. Criação da Rede de Cinema Digital.

46. Reforço das medidas de preservação patrimonial.

47. Criação de um museu dedicado às Descobertas Marítimas e à Expansão da Cultura Portuguesa no Mundo.

48. Criação do Arquivo Sonoro Nacional.

49. Criação do Estatuto do Bailarino e do Fundo de Reconversão Profissional dos bailarinos.

50. Consolidação da aplicação do acordo ortográfico em Portugal.

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