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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

Coisas de espaços económicos oligopolistas, em sectores de concorrência condicionada

 

Sexta-feira, em pleno fim do discurso de Pedro Passos Coelho anunciando uma nova era. Recebo telefonema da Clix (20 h e 23 m... hora de jantar que devia ser em família...), todo ele "charme" pouco discreto de "marketing", segundo a arte da sedução para papalvo, visto como objecto da caça aos gambozinos. Queriam saber a razão porque, na véspera, acabara com respectivo serviço telefónico e de internet, mas mantendo o kanguru. Explico. Insistem, oferecem, agora, melhores condições. Tudo palavras de simpatia. Continuo a dizer que não. Explico que efectivamente não vou mais usar aquele espaço onde a coisa está instalada. O telefonador muda de tom e passa a ameaçador: então aquilo que assinou ontem num balcão principal da Clix em Alfragide não é válido, não chega, vamos continuar a cobrar, porque cá em cima apenas o recebemos por fax! (sic) Isto é, dizem-me que aquilo que contratei em directo nas instalações da firma, e não do "franchise", papel assinado segundo o formulário deles, BI fotocopiado, NF fotocopiado, etc., porque foi remetido pelo circuito interno da empresa noutra voluta é fax! Irra! E desligam-me o telefone... Um dia antes, passara mais de duas horas no dito balcão, a tentar resolver um problema de não entrada da Kanguru da Huawei no Windows 7 do nosso "software" e "hardware" emitidos pela J. P. Sá Couto que continuam a rejeitar a internet móvel do Belmiro, como se tratasse de corpo estranho. Mandaram-me à Magalhães e à Tsunami, mas continuam todos a facturar nos e-scolas e e-scolinhas...

 

Vou ao "site" da Clix. Telefono para a entidade num número Optimus de cartão pré-pago. Dizem, no tal "site", que os telefonemas para o dezasseis não sei quantos são grátis. Nova volta do costume. Mais exigência de número. Mais número fiscal. Nem me deixaram falar. O número grátis, afinal, esgotou-me os cinco euros que tinha de pré-pagamento. Isto é, foram facturando. Foi-se o crédito, não consegui exprimir a reclamação. E não cumpriram o manual de procedimentos de qualquer "call center", contactando o cliente. Consumidor, cliente e cidadão continuam a ser súbditos do rolo compressor do mais forte social, económica e electronicamente, neste ambiente propício ao neofeudalismo da cunha e do clientelismo, marcado pelo concentracionarismo que é rolo tão unidimensionalizador no capitalismo quanto o era no sovietismo, quando vem de cima para baixo. E que não passa de tortuoso caminho de cabras, quando o enfraquecido cliente individual tenta passar a um qualquer responsável do andar de cima, sem poder gritar o "aqui d'el-rei!" ou o republicano "Ó da Guarda!"!

 

Ainda dizem que as forças alienantes são apenas as do Estado; e que o "senhor ninguém" burocrático não afectou empresas privadas. Façam chegar isto ao Ti Belmiro, quem puder! Logo mandei protesto para a ASAE e para a DECO, vamos a ver quem pode ouvir simples cidadão consumidor assim alienado por um sistema de cortar a voz a quem tem direitos. Peço que a companhia me peça desculpa!

 

Peguei no número Vodafone, gastei mais não sei quantos euros e, finalmente, alguém da Clix me atendeu. As auto-estradas das grandes companhias são sorrisos quando se paga, são ameaça quando queremos rescindir contratos! Não acreditem que as chamadas de apoio ao cliente são grátis para quem liga de um Optimus! Belmiro de Azevedo não merece estes agentes de "call center"! O "big brother" afecta todos e se quiseres protestar levam-te o crédito todo pré-pago. Ficas reduzido ao silêncio! E tens de continuar a pagar mesmo por aquilo que não utilizas!

 

Recordo que já fui subdirector-geral da concorrência. Que até fui um dos negociadores com a CEE do "dossier" defesa do consumidor. Não esperava que a liberdade económica que ajudei a medrar se tivesse transformado em pasto de burocratas e glutões, disfarçados em "big brother" do "call center" e do "outsourcing", onde quem está do outro lado da linha é um potencial escravo a ser explorado pelo "marketing" do paga e não protestes. Sou cliente Clix, Optimus e Kanguru. Ponho o nome às coisas, incluindo à publicidade enganosa e ao abuso de posição dominante, em zonas onde o oligopólio e o oligopsónio andam à solta, isto é, são "ab+solutus" e se misturam com a soltura dos absolutismos que também penetram nas esferas dos titulares económicos não-estaduais. Como é díficil ser liberal em Portugal com certos operadores de "outsourcing"! Irei até ao fim para me ressarcir dos prejuízos morais oriundos do número 9310978347, às 20 horas e 23 minutos de sexta-feira! Sempre quero testar o sistema de "provedoria" de cliente existente nos conglomerados onde António Lobo Xavier tem prémios de produtividade!

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