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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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Desespero

 

 

Há 10 anos que Portugal praticamente não cresce. Pior, houve anos nesta última década em que o rendimento disponível per capita caiu. Entretanto, acumulámos dívida pública registada (85% do PIB) e “não consolidada”, num total de responsabilidades directas e indirectas que ascende a perto de 115% da riqueza que geramos em cada ano. Para acalmar os credores, os parceiros da União e, sobretudo, porque queremos ter um futuro em que possamos manter algum comando sobre nós próprios, apresentamos ao Mundo, ou seja, a quem paga os financia os nossos exageros, um plano de recuperação por forma a assegurar que vamos poder honrar compromissos. O PEC, Plano de Estabilidade e Crescimento.
Até 2013, propomo-nos controlar a despesa, aceitar maiores taxas efectivas de imposto sobre as famílias, desde a classe média baixa até à classe média alta, gerir melhor a coisa pública, privatizar o que resta privatizar e, no fim, teremos um défice de perto de 3% do PIB, a dívida pública explicita terá subido 5 p.p. do PIB para 90% e a Despesa Pública rondará os 46% do PIB.
Entretanto, a economia terá crescido em média pouco mais de 1% ao ano. Ou seja, se tudo correr bem, chegamos ao pico do próximo ciclo de crescimento relativamente mais pobres, com uma dívida pública maior e pagando mais impostos. E, talvez, os credores não se tenham entretanto espantado… mas, globalmente, estaremos qualitativamente na mesma. Se isto não é um desespero?

Amanhã na minha coluna Sociedade Livre do Correio da Manhã

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