O politiqueiro
Se pusermos de parte a evidência que José Pacheco Pereira lê livros, escreve livros, empilha livros e fala sobre essas extenuantes actividades sobra o quê? Sobra uma assustadora actividade política que põe a um qualquer canto o mais esforçado jotinha.
Pacheco Pereira já foi tudo e mais umas botas no PSD, de presidente de um grupo parlamentar a de uma distrital de Lisboa passando por deputado, deputado europeu e depois deputado outra vez. Ainda assim ainda há quem olhe para ele, ele faz questão que assim seja, como tudo menos um bem sucedido profissional da política. É quase trágico pensar que há jotinhas que não gostam dele sendo ele a encarnação do seu sonho.
Quem o lê agora e sobretudo quem o lê há muito tempo ainda consegue imaginar, fechando os olhos a tudo e em especial à sua prestação num programa da SICN com que ele teima em maçar os incautos telespectadores e quase tudo o que escreve no seu blogue, que a pobre alma é injustiçada por um país de brutos e sobretudo por um partido de brutos, não que tal preocupe demasiado Pacheco Pereira, mas acontece que não é assim. Pacheco Pereira, o político profissional, nunca ficou longe do retrato que o próprio fez dos “outros”.
A mesma ânsia de protagonismo, a mesma vontade de afastar quem o incomodava ou incomodava a quem ele servia, a mesma obsessão pelos media e sobretudo pela sua ideia do que devem ser os media, está lá tudo o que é preciso para se ser um consumado politiqueiro.