Calma no Caldas.
Os ataques descabelados de Ana Gomes a Paulo Portas levantaram ontem - e bem - um unânime coro de críticas. Da esquerda à direita. Tal foi o repúdio gerado por estas declarações que se ouviu até dizer (em primeiro lugar, se não me engano, aqui) que o líder do CDS-PP não poderia deixar de ser o próximo ministro dos Negócios Estrangeiros, de forma a deixar claro que a coligação PSD/CDS não cederá a chantagens. Não estou certo que a atribuição de pastas no Governo seja passível de ser condicionada pelas declarações da eurodeputada, nem num sentido nem noutro. Uma coisa eu sei: o líder do CDS-PP terá sempre um papel fundamental no governo e na maioria que governará Portugal nos próximos quatro anos.
Mas se o destempero de Ana Gomes pode ter reforçado Paulo Portas, ainda que inadvertidamente, nas negociações que agora começam, o destempero de algumas reacções do CDS blogosférico (exemplos aqui e aqui) sinaliza um nervosismo que poderá desajudar - se se vier a repercutir a níveis mais elevados de responsabilidade - não apenas Paulo Portas e o CDS mas toda a coligação. Todos já devíamos estar carecas de o saber, mas vale a pena repetir: responder a ataques pessoais com ataques pessoais só legitima o recurso aos ataques pessoais. Calma no Caldas.