Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

Rejeitar a hipocrisia

Concordo com o que escreveram alguns autores neste blogue, nomeadamente Francisco Almeida Leite e Luís Osório, sobre as mais recentes posições do PSD.

Pedro Passos Coelho, pela primeira vez, escolheu a ruptura e disse com clareza que não fará nenhuma coligação com José Sócrates, saia vencedor ou perdedor das eleições. Considerando as sondagens, trata-se de uma afirmação corajosa, pois o bloco central é a segunda coligação preferida pelo eleitorado. Durante semanas, os portugueses foram bombardeados com a ideia de que era necessária uma união nacional dos partidos, a panaceia dos nossos problemas. Pura ilusão: uma coligação PSD-PS seria demasiado frágil; uma coligação PS-PSD seria impossível. No primeiro caso, Sócrates tornaria improvável a estabilidade, pois ficaria a manobrar na sombra; no segundo caso, os socialistas tudo fariam para anular os social-democratas. Não há confiança entre as duas lideranças e o bloco central simplesmente não é credível.

Como é que alguém pode acreditar num casamentos destes?

 

Infelizmente, a verdade tem custos eleitorais e isso até pode acabar por ser visível no caso do programa do PSD. Mas não há alternativa: o partido reformista tem obrigação de tentar dizer a verdade aos portugueses e de apresentar um programa que inclua todas as medidas necessárias, independentemente destas medidas serem impopulares ou de ser fácil construir mitos à sua volta.

Passos Coelho apostou na clareza e recusou as ambiguidades. Rejeitou a hipocrisia e escolheu dizer a verdade aos portugueses. Acho que o eleitorado compensará esse tipo de coragem. Ficou mais nítido que Portugal precisa de uma vitória da direita.

Os socialistas, pelo contrário, têm um discurso extremamente agressivo, que não reconhece os erros próprios e culpa todos os partidos adversários pelos males que os próprios criaram. Acho que merecem ser punidos e, de forma muito severa, pelos eleitores.

Estas legislativas serão decididas por eleitores que ainda hesitam e está na altura dos líderes partidários se deixarem de tácticas e de começarem a dizer o que tem de ser dito: o primeiro-ministro José Sócrates é o grande culpado da crise e não será com frases ocas que vamos sair dela; quanto mais pequena for a votação no PSD, mais instável será o sistema que sair de 5 de Junho e mais provável a manutenção de José Sócrates no poder.

 

Isto é um documento sério, que merece ser discutido; Aqui, abundam as desculpas de mau pagador e as medidas que nunca foram aplicadas. Leiam, comparem.

7 comentários

Comentar post