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Albergue Espanhol

"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

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"-Já alguma vez estiveste apaixonado? - Não, fui barman toda a minha vida." My Darling Clementine, John Ford.

O desmoronar da União Europeia.

 

 

 

Esta notícia avançada pelo Der Spiegel de que a Grécia se prepara para sair do euro e já elaborou um plano para reintroduzir uma moeda própria representa, a ser verdadeira, a colocação em ruínas do edificio jurídico da União Europeia, que há 60 anos tem vindo a ser paulatina e laboriosamente implementado. Efectivamente, nada está previsto nos Tratados em relação à possibilidade de um Estado-Membro abandonar o euro, estando apenas contemplada a possibilidade de saída da União Europeia. A concretizar-se esta saída, seria a primeira vez que um Estado-Membro deixaria a União, dado que a prévia saída da Gronelândia nada mais representou que a não aplicação dos Tratados a uma região não europeia governada pela Dinamarca. A saída da Grécia, com o simbolismo de ser o país fundador das raízes da civilização europeia, representaria um sério revés para o projecto europeu, do qual este dificilmente recuperaria.

 

Tudo isto demonstra que não temos governantes europeus à altura das suas responsabilidades. Quando se assiste a uma profunda crise das dívidas soberanas dos Estados-Membros a resposta a essa crise deveria ser dada pela União Europeia em conjunto. Sucede, porém, que os governantes da União não têm dado a resposta que se impunha à crise, deixando o poder ser exercido pelos governantes dos Estados-Membros mais poderosos. E estes só têm demonstrado tomar em considerar os interesses dos seus cidadãos, até pretendendo castigar os outros Estados-Membros pelas dificuldades financeiras que atravessam, como se essas dificuldades não fossem já castigo suficiente. Assim sendo, a União Europeia de União já não tem nada, não passando de uma soma de egoísmos nacionais.

 

A saída da Grécia será uma autêntica tragédia grega para a União Europeia. Claro que haverá muitos que aplaudirão e até salientarão que é a solução mais racional do ponto de vista económico. Mas do ponto de vista político, estaremos perante o verdadeiro colapso de qualquer projecto de criar uma União Europeia forte e com influência mundial. O gigante económico europeu deixará de ser um anão para se transformar num micróbio político. É bom que se tenha consciência disso.

 

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