Páscoa
Da botelha com o número 115 já não reza a história. Ao contrário do ununpentium, que é um elemento sintético superpesado (115 na tabela dos elementos), este Sauvignon Blanc é um elemento natural superleve (e muito agradável). Pouco a puxar à casta, tem, contudo, um lado mineral que lhe dá uma frescura cativante (apesar dos 14%!), assim como que a pedir coisinhas-do-mar e a rápida chegada do primeiro domingo de Junho.
Esta parelha de Cavalo Maluco 06 estava absolutamente excepcional. Impossível não gostar. O melhor do Alentejo num vinho que, afinal, é de terras do Sado e tem no lote duas castas típicas do Douro… Geografias à parte: um grande tinto, do género de fazer esquecer por completo a incontinência financeira praticada pelos governos do engenheiro Sócrates. O Tokay ao primeiro golo mandou a troika às urtigas, e as lembranças da intervenção externa esvaneceram-se num final longo e melado a lembrar doce de laranja.
Ora e que dizer das Van Zellers e do cabrito? Que foram muito bem umas com o outro. As Páscoas já se foram e diz que amanhã se celebra Abril, e tal. Assim sendo, há que vasculhar a garrafeira para brindar à liberdade (é um pretexto tão bom para brindar como qualquer outro), enquanto o apóstata de Abril se arma em difícil perante os pedidos insistentes de “taxistas e populares”…
À Vossa!


