Ricos e geração à rasca, unidos vencerão!
Leio o barómetro de hoje. Benvindo, indisciplinador colectivo! A campanha vai ser dramática; as negociações com os credores vão ser colocadas em segundo plano; o povo vai ser reduzido a mero teatro de operações de propaganda. Logo, quem perde somos todos, porque vai agravar-se a tendência para o jogo de soma zero. As eleições podem aproximar-se dos resultados de Agosto de 1910 e de 1925, à boa maneira da "belle époque", onde, um quarto de hora antes de morrermos, estamos todos vivos, como belos macacos cegos, surdos e mudos.
Ricos e geração à rasca, unidos vencerão! Portanto, nada melhor do que um governo do Bloco de Esquerda liderado por Joe Berardo.
O ódio da inveja igualitária com que se disfarçam alguns denegridores das instituições hierárquicas, sejam políticas, profissionais, universitárias, eclesiásticas ou militares, acaba quase sempre no despotismo de todos e na adoração do cesarismo, como a inevitável consequência desse paralelograma de forças vivas. Foi assim com o comunismo e o fascismo: do rolo unidimensionalizador surgiu sempre o chefismo.